Alta de alimentos e combustíveis aumenta risco de agitação social em mercados emergentes, incluindo o Brasil
Relatório da consultoria de risco Verisk Maplecroft aponta que a alta dos preços deve incentivar um aumento "inevitável" na agitação civil em países como Brasil, Argentina e Egito
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Jorgelina do Rosario, Reuters - O aumento dos preços de combustíveis e alimentos deve incentivar um aumento "inevitável" na agitação civil, com países em desenvolvimento de renda média, como Brasil e Egito, particularmente em risco, disse um relatório de uma consultoria de risco.
Três quartos das nações que devem estar em alto risco ou risco extremo de agitação civil até o quarto trimestre de 2022 são países de renda média, conforme definido pelo Banco Mundial, disse a Verisk Maplecroft em uma atualização de seu monitor de risco político.
"Ao contrário dos países de baixa renda, eles eram ricos o suficiente para oferecer proteção social durante a pandemia, mas agora têm dificuldades para manter os altos gastos sociais que são vitais para manter os padrões de vida de grandes setores de suas populações", afirmou o relatório.
Argentina, Tunísia, Paquistão e Filipinas também estão entre os países a serem observados nos próximos seis meses, disseram os autores, apontando para sua alta dependência de importações de alimentos e energia.
A guerra da Rússia na Ucrânia acelerou a disparada dos preços de alimentos, cuja inflação atingiu um pico recorde em fevereiro e novamente em março. Os preços de energia também têm subido acentuadamente.
"Sem resolução do conflito à vista, a crise global do custo de vida continuará até 2023", disse o relatório.
A agitação civil pode dificultar uma potencial recuperação econômica, mas também desencorajar os investidores focados em governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês), afirmou o documento.
O relatório afirmou que mais de 50% dos quase 200 países cobertos por seu índice experimentaram um aumento na agitação civil desde a pandemia de Covid-19.
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