Agnelli pagou US$ 2,3 bi. Agora, Vale não quer mais os navios

Encomenda de 19 supercargueiros na China e Coreia do Sul foi o comeo do fim de Roger Agnelli na companhia; hoje, sob o comando de Murilo Ferreira, empresa anuncia que no operadora e armadora



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247 – O ex-presidente da Vale Roger Agnelli deve se lembrar muito bem – e se arrepender outro tanto – do dia em que decidiu levar a empresa a comprar 19 super navios cargueiros na China e na Coreia do Sul, em agosto de 2008. Numa atitude que se chocou com os interesses do governo federal, que àquela altura se dedicava a estimular a indústria naval nacional, Agnelli sofreu uma reprimenda pública do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva pouco mais um mês depois. “É impossível a Vale continuar comprando da China quando a gente está montando uma indústria naval aqui”, vociferou Lula. Agnelli não voltou atrás e confirmou a encomenda.

Hoje, a Vale emitiu nota oficial que mais parece uma confissão de arrependimento pela compra. Em resumo, os super cargueiros da discórdia estão sendo colocadas à venda. Ou para alugar.

“Como o objetivo da empresa não é ser operadora ou armadora, a Vale está aberta a avaliar a possibilidade de venda ou arrendamento dos VLOCs (iniciais em inglês de very large ore carriers)”, inicia a nota oficial, sublinhando, logo à primeira expressão, que a visão da empresa do atual presidente Murilo Ferreira é em tudo diversa da do ex Agnelli.

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Para comprar os super cargueiros com capacidade para carregar até 400 mil toneladas de minério de ferro cada um, a Vale desencaixou US$ 2,34 bilhões. Na China, a mineradora encomendou 12 embarcações, por US$ 1,6 bilhão. Depois, determinou que outros sete fossem construídos, ao custo de US$ 748 milhões. O primeiro desses barcos, feito na Coreia do Sul, aportou no Brasil em maio deste ano. A embarcação foi apresentada como o maior navio de minério de ferro do mundo. A informação sobre a decisão da Vale de vender ou fretar os navios de minério foi dada ontem por um executivo da Vale à agência Reuters, em Cingapura. Hoje, por meio da nota, veio a confirmação. “'O que a Vale está disposta a discutir é a propriedade dos navios”, afirma o documento. Além de ter comprado 19 navios na Ásia, a Vale também fez contratos de longo prazo para utilizar 16 embarcações que estão sendo construídas por armadores fora do Brasil. Passa a não ser surpresa se também essas encomendas vierem a ter um destino diferente do imaginado por Agnelli. Desde que deixou a companhia, em abril deste ano, ele ainda não se recolou no mercado.

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