Abílio é barrado na sede do Casino, em Paris

Dono do Po de Acar vai Frana mas no recebido por scio que se julga trado por negociao secreta dele com o Carrefour



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247 _ A viagem, de todo modo, parece não ter sido perdida. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúçar, Abílio Diniz, esteve ontem em Paris, onde permanece hoje, para tentar um encontro pessoal com o presidente do Grupo Casino, Jean-Charles Naouri, seu sócio na operação de supermercados no Brasil. Porém, não foi recebido. Naouri e o Casino obtiveram documentos, na semana passada, que confirmaram a suspeita de que Abílio, mesmo impedido por contrato, desenvolvia conversas com o concorrente Carrefour, também francês, para virar sua bandeira no Brasil. Barrado na sede do Casino, Abílio teria sido visto dentro da sede do Carrefour, informação que não foi confirmada por nenhuma das partes, mas que serviu para consolidar a decisão do Casino de não receber seu sócio brasileiro rebelde.

Em São Paulo, a assessoria do Grupo Pão de Açúcar confirmou a ida do empresário à Paris. “Ele (Abílio) voltaria ao Brasil nesta terça de manhã, para dar a última aula de seu curso de liderança na FGV, porém cancelou porque permanecerá em Paris na tentativa de se encontrar com seu sócio”, registrou uma nota à imprensa.

O Grupo Casino já faz planos de levar Abílio Diniz às cortes internacionais, denunciando-o por quebra de contrato. Um processo dessa natureza, de separação litigiosa entre dois gigantes do comércio mundial, além de rumoroso, giraria em torno de cifras bilionárias. A ida de Diniz à Paris, para tentar um encontro com o CEO do Casino, tem o sentido de promover uma conciliação prévia que, pelo jeito, os franceses recusam. A pessoas familiarizadas com seus negócios, Diniz tem dito que o noticiário sobre o afastamento com o Casino e o flerte proibido por contrato do Pão de Açúcar com o Carrefour não tem surtido nenhum efeito positivo aos negócios do grupo. Ao contrário.

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Abaixo, o noticiário publicado por 247, na semana passada, sobre a obtenção de documento, pelo Casino, da aproximação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour:

247 _ O varejista Casino conseguiu que a Justiça francesa apreendesse documentos que revelam conversas entre seu concorrente Carrefour e o empresário Abilio Diniz sobre uma possível fusão no Brasil. O material está em poder da corte de Nanterre, na França.

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Esse é o último episódio de uma disputa entre a rede Casino, que detém 37% do capital do Grupo Pão de Açúcar, e seu sócio local, o empresário Abilio Diniz.

A apreensão de documentos é um procedimento de preservação de provas. O material pode ser requisitado, por exemplo, pela Câmara de Comércio Internacional. No início do junho, o Casino entrou com um pedido de arbitragem perante a câmara para que Abilio passasse a “cumprir todas suas obrigações conforme acordo de acionistas”.

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Segundo informou a agência Reuters, o Casino protocolou, no início do mês, um pedido para que a justiça buscasse, nos escritórios do Carrefour, documentos que demonstrassem “a existência e o conteúdo de negociações” entre o rival francês e Abilio. De um total de 150 documentos avaliados, 22 demonstram que havia uma discussão em curso entre Abilio Diniz, ou sua assessoria financeira Estáter, e o Carrefour. Não se sabe quais foram os termos da conversa. O material apreendido, conforme o jornal O Estado de S.Paulo apurou, é composto basicamente por e-mails.

Hostilidade

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O clima hostil fez com que o Casino entrasse com o pedido de arbitragem. Na prática, tratava-se de uma advertência pública ao sócio. Na semana passada, a rede francesa enviou mais um sinal: aumentou em 3,3% sua participação no Grupo Pão de Açúcar com um investimento de U$S 363 milhões.

Por trás do conflito está o acordo de acionistas firmando entre Casino e Abilio em 2006. Há um ano, o empresário brasileiro tenta, sem sucesso, revertê-lo. Pelos termos do documento, de junho de 2012, o Casino pode exercer uma opção de compra e passar a deter o controle do grupo. Hoje, o controle é compartilhado entre Abilio e o Casino.

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O Carrefour, por sua vez, veio a público, nesta semana, para dizer que vai manter o controle de suas operações no Brasil. Lars Olofsson classificou notícias sobre a negociação da subsidiária brasileira como “rumores”. Ele não descartou, porém, o que classificou como “oportunidades de crescimento”. Procurados, Pão de Açúcar, Casino e Carrefour não se manifestaram.

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