Uma entrevista do Casseta

Em conversa com o Braslia 247, Hlio de la Pea fala sobre o que mais gosta, rir e fazer rir, e comenta o futuro do Casseta e Planeta, que volta ao ar remodelado em abril do prximo ano



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Natalia Emerich_Brasília 247 – Hélio de la Peña, 52 anos, passa por Brasília na próxima semana para falar algumas bobagens e besteiras, como ele mesmo faz questão de dizer. O artista, que integrava o Casseta & Planeta – que ficou no ar por 18 anos, até dezembro de 2010 –, também sabe ser sério. Em conversa com o Brasília 247, La Peña falou sobre o humor brasileiro, sobre as diferentes mídias e, é claro, sobre o futuro dos Cassetas. Uma boa notícia: eles voltarão em abril!

247 - Com o fim do programa, o que tem feito?
Hélio de la Peña - Esse ano fiz alguns trabalhos. Participei de uma série no Fantástico, tenho o meu blog – Blog de la peña –, que está sempre atualizado, contribuo com outros blogs também. Aproveitei o período para me envolver em projetos diferentes, como a parceria no CD do Arlindo Cruz. Várias coisas vão rolando.

247 - No fim de dezembro completa um ano do término do Casseta. Como está o grupo?
Peña
- Ótimo! Voltaremos em abril do ano que vem com um programa remodelado, em outro formato. Já estamos trabalhando no roteiro: serão 16 episódios, amarrados com o tema daquele dia.

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247 - O elenco será o mesmo?
Peña
- Os Cassetas continuarão juntos. Pretendemos chamar convidados novos. Também pensamos em participações fixas de outras pessoas, mas ainda não definimos os nomes. Já estamos trabalhando os roteiros do programa

Comédia brasileira

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247 - Como anda o humor no Brasil? O modelo do Casseta & Planeta continua atual?
Peña
- Claro. A gente faz um humor de comentários. Cobrimos o dia-a-dia, os costumes, o noticiário. À medida que as noticias mudam, nós adaptamos o programa. É uma fórmula original e bem-sucedida, que agrada. Tenho dificuldade para fazer teorias sobre o humor. Penso assim: bateu, você riu, vai embora porque é por aí.

247 - São muitas as opções?
Peña
- Tem espaço para humor de todo tipo: comportamento; relações humanas e amorosas; pastelão; crítico; político. A variedade no Brasil é muito grande. E ainda bem que é assim. Somos mais de 3 bilhões, imagina se fosse tudo igual?

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247 - Com o advento das redes sociais e com o descolamento das TVs tradicionais para a internet, dá para falar em suporte de mídia preferencial para fazer rir?
Peña
- O humor busca lugares onde tem gente para ouvir. Queremos expressar o nosso trabalho. Quanto mais mídias surgirem, mais vamos querer ocupá-las. Antigamente fazíamos um jornalzinho que atingia um público pequeno. Hoje, qualquer garoto pode fazer uma piada, colocar no youtube e ter alcance mundial.

247 - E a televisão?
Peña
- Não dá para comparar a audiência de um programa de horário nobre – que atinge 40 milhões de pessoas –, com uma rede social, cujo alcance ainda é bem menor. É claro que existe uma formação de opinião a partir de redes sociais, muitos assuntos só ocorrem lá. O sucesso desses canais, porém, é medido quando eles repercutem nas mídias convencionais. Elas continuam no poder.

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Humor na TV

247 - É possível fazer um paralelo entre o Casseta e outros programas televisivos, como o Pânico e o CQC?
Peña
- Eles fazem parte da variedade de formatos de humor oferecidos, isso é ótimo. Acho curioso quando nos perguntam sobre um programa em relação a outro. A tendência é que comparem, quando na verdade o público tira proveito de todos. Não vejo problema em ter mais de uma opção, uma coisa não impede a outra. É raro alguém que goste de um, mas não do outro. As pessoas querem ver programas engraçados e divertidos, elas não teorizam sobre diferenças.

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247 - Como avalia os exageros que temos visto nos programas de humor?
Peña
- O humor é livre. As pessoas têm liberdade para falar o que quiserem. Agora existe uma reação para tudo. O público também tem todo direito de gostar ou não, e opinar. Se você faz uma piada para chocar, não pode se chocar porque as pessoas se chocaram. Não entendo quando o humorista faz o que bem entende e fica surpreso com a reação.

247 - O Casseta enfrentava processos com alguma frequência?
Peña
- A gente levou muito processo por políticos que se incomodaram com as brincadeiras.

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Em Brasília

247 - Não dá para pensar Brasília sem pensar política, nem pensar política sem pensar em humor. Como você vê a arte do humor aqui? Tem contato com algum grupo, algum humorista?
Peña
- Os melhores do Mundo é o grupo que tenho contato. Acho o trabalho deles bacana para caramba. Agora vou conferir essa cena do stand up para ver o que está se passando.

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247 - Ainda na política, qual o Brasil mais risível: o de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula ou Dilma?
Peña
- Todos os presidentes são muitos generosos para os humoristas. Eles não deixam faltar assunto para gente. Agradeço todos os dias.

247 - Quais são as suas dicas para os que estão começando?
Peña
- O Brasil é um país que gosta de rir. E mais ainda, rir de si. Se quer ser da área, se informe, leia, veja os trabalhos da galera, de quem está agora e dos quem já passou. E se interesse por tudo, filmes, youtube, teatro, escrito. Sugiro que se divirtam com as milhares formas de humor que existem.

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