Três décadas sem Glauber
Retrospectivas relembram vida e obra do inovador cineasta baiano que criou um jeito diferente de filmar em uma poca em que o cinema j era dominado pela esttica de Hollywood; Bahia tem mostras e So Paulo exibe cpia restaurada hoje. Assista aos vdeos
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247 – Maior representante do Cinema Novo no Brasil, o diretor baiano Glauber Rocha morreu há exatos 30 anos, no Rio de Janeiro, de complicações broncopneumonares, aos 42 anos de idade. Para o criador de obras-primas como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), o cinema foi o canal para expressão de sua crítica mordaz e irreverente à realidade brasileira. Inovador, e corajoso, escolheu um estilo de direção que era diferente de tudo o que se via por aqui, sobretudo a estética de Hollywood que vinha dos EUA e já era majoritária em nossos cinemas. O cineasta que costumava dizer que a “originalidade brasileira é a fome” criou uma arte que foi malcompreendida em sua época e taxada por muitos como “chata”, “monótoma” e “prolixa”. Será mesmo? A história sinaliza que não e seus filmes são até hoje apreciados dentro e fora do Brasil. O Senado federal realizou sessão especial para homenagear o cineasta partir de requerimento apresentado pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
Em 2004, o diretor Silvio Tendler finalizou a cinebiografia "Glauber - O Filme Labirinto do Brasil". O filme demorou 21 anos para ficar pronto, aguardando autorização da família do artista. O legado de Glauber está sendo relembrado com a criação de um novo site e diversas retrospectivas de seus filmes. Em sua terra natal, a “Mostra Glauber” começa este mês e acontece em 16 espaços culturais de administração estatal que irá exibir sete filmes de Glauber Rocha. A retrospectiva irá percorrer 12 municípios baianos, como Porto Seguro, Alagoinhas e Itabuna, além da capital baiana, Salvador. Filmes como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Terra em Transe”, “Barravento” e “O Leão de 7 Cabeças” estão na programação. A iniciativa integra o Circuito Popular de Cinema e Vídeo (CPCV), a cargo da Diretoria de Audiovisual (Dimas). Em Salvador, as obras serão exibidas no Centro Cultural Alagados, na Casa da Música (Lagoa do Abaeté), Cine Teatro Solar Boa Vista (Eng. Velho de Brotas) e Centro Cultural de Plataforma.
São Paulo
Em São Paulo A Cinemateca Brasileira exibirá na segunda-feira (22/8) às 20h a cópia restaurada de O Leão de Sete Cabeças, primeiro filme internacional de Glauber Rocha e rodado em 1970. Com elenco nacional e internacional, o filme tem a participação de Hugo Carvana, o alemão René Koldhoffer, os italianos Giulio Brogi e Gabrielle Tinti, a sérvia Rada Rassimov, o francês Jean-Pierre Léaud, o ator favorito de François Truffaut e os congoleses Baiack e André Segolo. O filme mostra por meio de alegorias, a tradição colonialista da Europa, o suporte imperialista dos EUA e as aspirações libertárias e revolucionárias de um personagem inspirado em Che Guevara. A mesma cópia que será projetada na Cinemateca em São Paulo há havia sido exibida no Festival de Brasília em novembro do ano passado. Após a projeção, ocorrerá um debate com Paloma Rocha, Patricia de Fillipi, do diretor de fotografia Luis Abramo e do pesquisador Prof. Jose Gatti.
Serviço
Exibição da cópia restaurada de O Leão de Sete Cabeças
Segunda-feira (22/8), às 20h
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo (próx. ao metrô Vila Mariana)
(11) 3512-6111 / contato@cinemateca.org.br
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