“Tomorrowland” reúne Clooney e Laurie numa ficção retrô e otimista

“Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível” parece ser um filme sobre o futuro, mas, na verdade, é uma extravagância nostálgica com os ingredientes típicos da Disney – o que chega a ser paradoxal, afinal, boa parte do público a quem o filme se destina não viveu ou sequer conhece a época em que é inspirado

“Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível” parece ser um filme sobre o futuro, mas, na verdade, é uma extravagância nostálgica com os ingredientes típicos da Disney – o que chega a ser paradoxal, afinal, boa parte do público a quem o filme se destina não viveu ou sequer conhece a época em que é inspirado
“Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível” parece ser um filme sobre o futuro, mas, na verdade, é uma extravagância nostálgica com os ingredientes típicos da Disney – o que chega a ser paradoxal, afinal, boa parte do público a quem o filme se destina não viveu ou sequer conhece a época em que é inspirado (Foto: Leonardo Attuch)


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SÃO PAULO (Reuters) - “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível” parece ser um filme sobre o futuro, mas, na verdade, é uma extravagância nostálgica com os ingredientes típicos da Disney – o que chega a ser paradoxal, afinal, boa parte do público a quem o filme se destina não viveu ou sequer conhece a época em que é inspirado.

Assim, como é comum nas narrativas nostálgicas, o passado dá uma sensação de segurança que o presente não permite, mas que pode servir de modelo para o futuro.

Dirigido por Brad Bird (“Os Incríveis”, “Missão: Impossível - Protocolo Fantasma”) – a partir de um roteiro escrito por ele e Damon Lindelof –, o longa injeta doses cavalares de otimismo.

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Mas debaixo do verniz açucarado, algo praticamente obrigatório nos filmes da Disney, há questões interessantes sendo levantadas – se o filme dá conta delas ou não, é outra coisa.

Bird toca num ponto nevrálgico do mundo contemporâneo: a destruição do planeta e como isto está se voltando contra os humanos. As causas que explicam essa dinâmica, aqui, são um tanto ingênuas: nada têm a ver com o consumismo desenfreado. Basicamente, a aniquilação do mundo é culpa do lado mesquinho da natureza humana.

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Em todo caso, o diretor e roteirista parece ter feito algumas concessões para poder fazer o filme mais ou menos como imaginou. E o mundo de Tomorrowland é uma utopia perfeitinha demais para ser verdadeira em seu próprio universo paralelo.

Primeiro a vemos pelos olhos do pequeno Frank Walker (Thomas Robinson), garoto precoce cuja invenção, uma mochila com propulsores para voar, é esnobada na Feira Mundial de 1964.

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Nesse mesmo lugar, ele conhece Athena (Raffey Cassidy) que lhe dá um broche que serve de entrada para Tomorrowland. O lugar escondido, onde estão as mentes mais brilhantes e invenções inacreditáveis, o fascina.

Anos mais tarde, será nas mãos de Casey (Britt Robertson) que veremos esse mesmo adereço. Ela, no entanto, desconhece Tomorrowland, e é com a jovem que se descobre melhor o lugar. Sua guia é novamente Athena (que, estranhamente, não envelhece, mesmo passadas algumas décadas).

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Casey é filha de um engenheiro da Nasa (Tim McGraw), que está prestes a perder o emprego, pois a plataforma de lançamento onde trabalha será desmontada. Numa atitude ousada e ingênua, a jovem insiste em sabotar o lugar, para que não seja destruído.

Essa combinação de sua personalidade é que a caracteriza como uma sonhadora perfeita para ser recrutada como uma Plus Ultra – pessoas que possuem essas características e são a esperança de salvação de Tomorrowland e do nosso mundo.

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Ela encontrará Frank, que não é mais um garotinho esperto e sonhador, mas um homem grisalho e ranzinza – interpretado por George Clooney – que vive numa casa isolada repleta de invencionices que o ajudam a manter-se solitário desde que foi banido de Tomorrowland pelo seu governador Nix (Hugh Laurie).

Claro que, de imediato, ele se nega a ajudar Casey, mas não terá outra saída.

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Mais carregado na ação do que na narrativa ou nas ideias, “Tomorrowland” se constrói nas dualidades: futuro e passado, otimismo e pessimismo, avanço e degradação.

O que acontece, no entanto, é que o filme apenas conceitua um lado como negativo e outro como positivo, esquecendo-se das zonas de intersecção, e de que coisas boas podem emergir de algo ruim, como um momento de crise.

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Em sua ânsia por ser sempre otimista, Bird, às vezes, parece estar fazendo um comercial de cartão de crédito – algo que pode ser bem sintomático, uma vez que em nossa sociedade, consumo é sempre vendido como sinônimo de satisfação e felicidade.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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