Tom Hanks é executivo em crise em Negócio das Arábias

Negócio das Arábias", baseado no romance "Um Holograma para o Rei", de David Eggers, acompanha um executivo da indústria da informática - interpretado pelo astro Tom hanks - que vai até a Arábia Saudita para apresentar o projeto de um holograma para a majestade local

Negócio das Arábias", baseado no romance "Um Holograma para o Rei", de David Eggers, acompanha um executivo da indústria da informática - interpretado pelo astro Tom hanks - que vai até a Arábia Saudita para apresentar o projeto de um holograma para a majestade local
Negócio das Arábias", baseado no romance "Um Holograma para o Rei", de David Eggers, acompanha um executivo da indústria da informática - interpretado pelo astro Tom hanks - que vai até a Arábia Saudita para apresentar o projeto de um holograma para a majestade local (Foto: Paulo Emílio)


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Reuters - Parafraseando a letra de “Once in a Lifetime”, dos Talking Heads, declamada por Tom Hanks na abertura de “Negócio das Arábias”, você pode se encontrar num cinema escuro. E você pode se encontrar arrependido por ter escolhido esse filme, e se ver querendo sair da sala. E pode se perguntar: "Bem... como eu vim parar aqui?" É uma boa pergunta que até Hanks deve ter feito.

O diretor do filme, o alemão Tom Tykwer, ficou mundialmente famoso em 1998, com “Corra, Lola, Corra”, seu terceiro longa, e nunca mais acertou.

Sua lista de erros inclui produções de prestígio como “O Perfume” e “A Viagem” (codirigido pelos irmãos Wachowski).

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“Negócio das Arábias”, baseado no romance “Um Holograma para o Rei” (um título bem mais intrigante e chamativo do que esse que arrumaram no Brasil), de David Eggers, acompanha um executivo da indústria da informática que vai até a Arábia Saudita para apresentar o projeto de um holograma para a majestade local.

O tema, a priori, é o choque de culturas que causaria estranhamento e faria Alan Clay (Hanks) amadurecer. E é, basicamente, isso o que Tykwer e o ator fazem, o que é bem pouco quando se vê na tela. A mencionada abertura é o que há de mais sagaz e cínico, parecendo indicar uma comédia mais ousada do que o restante do filme.

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Clay chega à Arábia Saudita, sofre com o calor, sofre com o jet lag, sofre para se comunicar, sofre por ficar esperando dias para ser recebido pelo rei, e sofre ainda mais quando descobre um caroço em suas costas.

Num cenário cercado de areia, sua pequena equipe está alojada numa tenda rústica, onde nem o wi-fi funciona direito, próximo ao futuro complexo industrial, cultural e administrativo em construção. Hanks anda de um lado para outro, em seu traje de executivo, coberto de areia e à espera de ser atendido por alguém da comitiva real.

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O melhor personagem aqui é Yousef (Alexander Black), motorista a quem Clay recorre todas as vezes que acorda atrasado e perde o ônibus, ou seja, todo dia.

É um alívio cômico para o excesso de bom-mocismo que, por tabela, se associa aos personagens de Hanks. Há também uma funcionária da embaixada dinamarquesa – interpretada por Sidse Babett Knudsen – que oferece bebida e uma orgia ao protagonista – ele aceita a primeira, e declina da segunda.

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Seria “A Morte do Caixeiro Viajante” para o século 21, num cenário de globalização e com o centro do capital em direção ao Oriente Médio, mas Tykwer está preocupado demais em gracinhas – Clay cai de todas as cadeiras em que se senta! – e momentos lacrimosos (o personagem aceita esse trabalho porque é a última esperança de conseguir dinheiro para pagar a faculdade da filha), ou um romance sem sal, quando o protagonista conhece uma médica interpretada por Sarita Choudhury.

Em “Negócio das Arábias”, o personagem de Hanks passa 90 minutos à espera do rei. O público, por sua vez, espera 90 minutos para o filme realmente começar. Mas, veja, a duração é de 98 minutos – incluindo os créditos finais.

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(Por Alysson Oliveira)

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