'Tínhamos que ter feito muito mais pela cultura', diz Paulo Betti sobre governos petistas

Apesar de críticas, o ator considera que os governos do PT foram os melhores para cultura e que o retorno de Lula seria outro grande avanço

Paulo Betti
Paulo Betti (Foto: TV Globo/Divulgação)


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Opera Mundi - No programa 20MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (18/08), o jornalista Breno Altman entrevistou o ator, diretor e produtor Paulo Betti, que também conhecido por suas posturas políticas de esquerda.

Apesar de ter sempre apoiado abertamente o Partido dos Trabalhadores (PT) e de ter relações próximas dentro da legenda, Betti tem suas críticas: “Lula nunca assistiu uma peça minha e isso sempre me marcou. Eu já tinha ido ouvir o Lula falar tantas vezes. Dilma não ia por questões de segurança, mas para mim tem que ser diferente, mais próximo”.

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Além disso, para o artista, falta que o PT faça mais, “é por isso que continuo dando palpites, participando, querendo ajudar”.

Por outro lado, Betti reconheceu os governos petistas como os melhores para a arte e a cultura na história do Brasil. Ele celebrou a criação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a convocação de Gilberto Gil para ser ministro da Cultura e o aumento no orçamento da pasta cultural, “mas tínhamos que ter feito muito mais”.

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“A arte faz diferença. Depois do prato de comida na mesa, a gente faz o quê? As pessoas vão para a igreja evangélica ou para o teatro? Por isso que queremos sempre mais, a arte é essencial”, reforçou o artista.

Ele também refletiu sobre a Lei Rouanet. Admitiu que, no começo, esteve de acordo com o projeto, pois acreditava que era o “mal menor” e que ele evitaria “dirigismos que não eram bons para nós”.

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“Mas foi uma iniciativa privatista, deixou a decisão sobre a produção cultural na mão das empresas. Em um governo do PT poderiam ter sido criadas comissões incríveis para gerir essa grana. Mas, hoje em dia, algo nesse estilo seria um horror nas mãos de alguém como Mário Frias [atual ministro da Cultura]”, ponderou.

Bolsonarismo e a arte

“É terra arrasada. [Jair] Bolsonaro quer nossa destruição [da classe artística], nos odeia e bate de frente contra tudo que significa a arte, a cultura e a liberdade”, afirmou Betti.

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Por sorte, segundo ele, o bolsonarismo encontra pouca representação na arte, limitado à figuras como Regina Duarte e o próprio Mário Frias. O motivo disso, ele avaliou, foi o ressentimento que os artistas desenvolveram contra Bolsonaro.

Betti, que confessou já ter pensado em ser político e revelou ter começado a se envolver com política na época do ginásio, rejeitou qualquer possibilidade de ser ministro da Cultura caso fosse convidado em um eventual governo Lula: “O ator e o político são parecidos, mas acho que não é para mim”.

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Sobre novas medidas para reconstruir o Ministério da Cultura e a arte no Brasil, o artista argumentou que “só o fato de Lula ser eleito já seria uma grande contribuição”.

“Mas sua primeira atitude deveria ser ir ver uma peça e sorrir. Deveria tirar foto com os artistas, porque acho que às vezes as pessoas acham que é chato, têm vergonha de dizer que vão ou querem ir ao teatro”, enfatizou.

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