“Temos que militar o tempo todo”, diz Paulo Betti

Em entrevista à TV 247, o diretor, autor e ator festejado em todo o País diz que já “engolimos desse governo mais do que seria razoável engolir”. “Eles têm as armas, mas nós temos a razão”

Paulo Betti
Paulo Betti (Foto: Divulgação/Globo)


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Por Regina Zappa, 247 - Ator festejado em todo o país, diretor e autor, Paulo Betti avisa que já “engolimos desse governo mais do que seria razoável engolir” e por isso é preciso não dar tréguas à luta. “Temos que militar o tempo todo. Em cada minuto, em cada centímetro de espaço que nós tivermos. Temos que lutar diariamente. Temos que ir para a rua, quem pode e quem já tomou a vacina. Sabíamos que Bolsonaro era isso, mas talvez não imaginássemos o quão grave e violento seria”.

Em entrevista à Estação Sabiá, da TV 247, Paulo Betti lembra que nem todos podem se expor nesse momento porque podem sofrer retaliação de um patrão bolsonarista e até perder o emprego. “É como se você estivesse em um campo de batalha, com bombardeios vindo de todo lado e tendo que se defender de tudo ao mesmo tempo”. E ressalta: “Eles têm as armas, mas nós temos a razão.”

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Paulo falou de sua paixão pelo ofício de ator. Atuou em filmes como "Canudos”, "Lamarca" e “Mauá”. Dirigiu e atuou em "Cafundó”, que ele chama de “filme missão” porque conta a história de João de Camargo, escravo liberto que foi personagem importante da história da sua cidade e era seu “preto velho”. “Cafundó fiz para o meu preto velho, para o meu avô e para aquele lugar lá na roça. É um exemplo do nascimento de uma religião como a Umbanda.” 

Paulo contou histórias da sua vida, do seu começo no teatro e falou da formação do seu pensamento político. Neto de italianos imigrantes, passou a infância e juventude em Sorocaba, interior paulista, onde seu avô trabalhava para um fazendeiro negro e sua avó matava porco e o pedia para ajudar. Sua mãe teve 15 filhos, mas apenas sete sobreviveram, dos quais ele é o mais novo, o temporão.

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Na cidade, metade da população era negra. Sua mãe era empregada doméstica e, às vezes, o levava para a casa dos patrões, onde Paulo aproveitava para ler tudo que caía em suas mãos. Viu muito teatro na lona dos circos da cidade. Ouvia as lembranças da avó, grande contadora de histórias e observava a mãe, “que era muito dramática”. Foi bebendo dessas fontes que se aproximou do teatro e das artes. Com cinco anos, junto com um amigo, fazia teatro de bonecos no quintal, debaixo da jabuticabeira. Na adolescência frequentou o teatro amador de Sorocaba.

“Minha transição social aconteceu através do teatro, da leitura. Isso me abriu espaço. Sempre tive a pretensão de transmitir entusiasmo para as pessoas e mudar, com isso, alguma coisa nelas. Mas minha história é também a história da educação pública, da importância do ensino público. Meus avós eram analfabetos, que lutavam com muita dificuldade. É essa gente que tenho que honrar, que não posso decepcionar. Meu norte é ir a favor dos que são oprimidos, explorados, e não ir pelo caminho mais fácil, que é se conectar com os exploradores”.

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