Spike Lee vê “desrespeito” a negros em novo filme de Tarantino
Cineasta, autor de “Malcolm X”, diz em entrevista ao site americano Vibe que a escravidão nos EUA não foi um western spaghetti, mas um holocausto, em crítica ao longa de Quentin Tarantino, que trata do assunto e estreia no Brasil em 18 de janeiro
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247 - Spike Lee não foge da boa polêmica. A última envolve seu colega Quentin Tarantino e o novo longa “Django Livre”, que trata da escravidão nos Estados Unidos. Lee, negro e diretor, entre outros, do filme “Malcolm X” (defensor dos direitos dos negros nos EUA, assassinado em 1965), classificou o filme de Tarantino como “desrespeitoso” a seus ancestrais. Além disso, indiretamente viu um certo glamour no tratamento do tema da escravidão pelo diretor de “Kill Bill” e “Pulp Fiction”.
As críticas foram feitas em entrevista ao site americano Vibe. “Não falarei sobre o filme, porque não vou ver. Tudo o que posso dizer é que assisti-lo seria desrespeitoso aos meus ancestrais. É o que posso dizer. Não posso desrespeitá-los”, disse Lee.
“Django Livre” narra a história de um escravo que busca salvar sua mulher, vendida para um latifundiário escravocrata nos Estados Unidos, em meados do século 19. O filme deve estrear em 18 de janeiro no Brasil.
“A escravidão nos Estados Unidos não foi um western spaghetti de Sérgio Leone, mas um holocausto. Meus ancestrais foram escravos, roubados da África. Eu os honrarei”, disse ainda o diretor de “Faça a Coisa Certa”. Depois, em resposta a um fã que comentou que filmes são apenas entretenimento, Lee foi enfático: “Errado. “O Nascimento de Uma Nação” resultou em linchamentos de negros. A mídia é poderosa. Não durma, acorde, cara”, falou muito sério, olhando para o autor da pergunta. “O Nascimento de uma Nação” é um polêmico filme dirigido por D. W. Griffith, por muitos considerado racista.
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