Sotherby´s arrecada valor recorde para arte latino-americana
Tela do artista cubano Wifredo Lam foi arrematada por U$ 4,56 milhões; obra do brasileiro Sergio Camargo foi comprada pelo dobro do valor esperado pela casa, em leilão noturno, realizado na última quarta, em Nova York
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247 - Uma tela de 1944, do artista cubano Wifredo Lam dedicada a um orixá feminino obteve o maior valor no mais lucrativo leilão noturno de arte latino-americana já realizado pela Sotheby's, em Nova York, na última quarta-feira (23). "Ídolo (Oyá/Divinité de l'Air et de la Mort)" foi arrematada por US$ 4,56 milhões por um colecionador sul-americano. O valor é mais do que o dobro do recorde anterior do artista, morto em 1982. Na mesma noite, cinco colecionadores anônimos disputaram a arte do brasileiro Sergio Camargo. O relevo “Hommage à Fontana”, de Camargo foi arrematado por US$1,5 milhão, o dobro do que a casa esperava. No total, o leilão da Sotheby's arrecadou 21,8 milhões.
"Estamos deslumbrados com o novo preço recorde obtido para Wifredo Lam, que foi um dos nove novos recordes para artistas batidos durante o leilão noturno de quarta-feira", disse Axel Stein, chefe do departamento de arte latino-americana da Sotheby's.
Lam fundiu o surrealismo com a santería, uma versão cubana do candomblé. Nessa tela, pelo menos seis orixás podem ser distinguidos em meio às figuras meio humanas, meio animais, segundo Stein. A orixá Oyá, que batiza a obra, também é conhecida no Brasil como Iansã. Filho de pai chinês e mãe negra, Lam teve uma avó mãe-de-santo, mas o artista só começou a explorar a religião em sua obra depois de visitar o Haiti e Cuba na companhia do surrealista francês André Breton, em 1940.
Houve forte demanda pela arte venezuelana, com recordes para três dos seus artistas do século 20: Jesús Rafael Soto, Armando Reverón e Gertrudis Goldschmidt. Exceção foi para a principal obra do leilão, "Niña en Azul y Blanco" (1939), do mexicano Diego Rivera, que não foi vendida.
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