Romance perdido de Saramago chega às livrarias

Verso impressa de "Claraboia" ser publicada simultaneamente nesta segunda-feira no Brasil e em Portugal. E-book j est disponvel para download



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247 - Chega às livrarias brasileiras e portuguesas, nesta segunda-feira (17), o romance "Claraboia", do escritor português José Saramago (1922-2010). O livro foi escrito nos anos 1950, pouco antes de o futuro Nobel de Literatura abraçar um longo período de silêncio, que duraria quase 20 anos.

"Claraboia" foi recusado pela editora, que não deu qualquer satisfação a Saramago durante décadas. Como o escritor não tinha uma cópia do manuscrito, o romance permaneceu perdido até os anos 80, quando, numa mudança de instalações, a editora encontrou o único original da obra e, enfim, demonstrou interesse em publicá-la. Foi, então, a vez de Saramago, já consagrado, de declinar. Agradeceu o interesse, mas alegou que já não era mais o momento de "Claraboia", muito tempo já havia se passado.

Mesmo tendo vetado a publicação do romance em vida, Saramago deixou a opção em aberto para seus herdeiros. O anúncio da publicação da obra foi feito na última sexta, durante a Feira de Frankfurt, na Alemanha, pela diretora da editora Alfaguara, Pilar Reyes, que comprou os direitos para publicar a obra em espanhol.

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Em Portugual, o livro sairá pela Caminho. No Brasil, pela Companhia das Letras. "Claraboia" também está disponível em versão digital: o e-book pode ser baixado do site Leya Media Books por €8.51, com 10% de desconto.

Sobre a obra, Saramago assim a descreveu: "'Claraboia' é a história de um prédio com seis inquilinos sucessivamente envolvidos num enredo. Acho que o livro não está mal construído. Enfim, é um livro também ingênuo, mas que, tanto quanto me recordo, tem coisas que já têm que ver com o meu modo de ser."

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Leia fragmentos do romance

"Nessa manhã, muito a contragosto porque chovia, Carmen saiu às compras. A casa ficou tranquila, isolada pelo sossego dos vizinhos e pelo rumor sossegado da chuva. O prédio vivia uma daquelas horas maravilhosas de silêncio e paz, como se não tivesse dentro de si criaturas de carne e osso, mas sim coisas, coisas definitivamente inanimadas".

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"Agora estava convencida de que o marido tinha uma amante, uma amiga. Na sua opinião, todas as desavenças conjugais eram provocadas pela existência das amigas… Os homens são como os galos, que quando estão sobre uma galinha já têm escolhida a que há-de seguir-se".

"Para ti, sou um homem que vês todos os dias, que te dá água quando estás doente e tens sede, um homem a quem a mãe trata por tu, um homem com quem a mãe dorme. Gostas de mim porque me vês todos os dias. Não gostas de mim pelo que sou, gostas pelo que faço ou não faço. Não sabes quem sou".

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Mais trechos em caderno.josesaramago.org .

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