Redescobrindo Lygia Pape
A brasileira homenageada com a maior exposio individual internacional no prestigiado museu espanhol Reina Sofia; o Brasil recebe a mostra em maro e Inhotim dedica-lhe, finalmente, um pavilho
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247 - Depois de deixar o prestigiado museu espanhol Centro de Arte Reina Sofia, em outubro, e ir a Londres em dezembro, começarão os preparativos para que a portentosa mostra da artista Lygia Pape (1927 - 2004), "Espaços Imantados", com mais de 250 obras, a maior já montada sobre ela, venha para o Brasil, mais precisamente, para a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Ironicamente, será a primeira vez que o Brasil sediará uma exposição tão representativa de Lygia Pape, artista fluminense que foi fundadora do neoconcretismo no País, ao lado de Hélio Oiticica, Amilcar de Castro e Ferreira Gullar. Também foi anunciado esta semana pela curadoria do espaço de arte mineiro Inhotim, um dos centros de arte contemporânea mais importantes do Brasil, que a artista terá lá um pavilhão especial que abrigará a sua obra Tteia, uma instalação construída com fios de ouro (foto).
Esta instalação foi uma das obras de maior sucesso na Bienal de Veneza de 2009, cuja edição escolhera, justamente, Lygia como homenageada pela sua importância na transição entre o concretismo mais racional para uma abordagem que não desprezava o sensorial, sintetizada no neoconcretismo (Pape também levaria suas ideias e as poria em prática no cinema, especialmente no movimento do cinema novo, em sua fase inicial). A exposição que viaja pelo mundo e chega por aqui no ano que vem contém pinturas, xilografias (impressão com matriz em madeira), objetos, vídeos, fotografias e cartazes. Documentos escritos por Pape, fotografias da performance de 1968 e vídeo que registra sua versão de 2010, junto de outras 249 obras formam a mais destacada exposição, neste ano, de uma artista brasileira na cena internacional, uma vez que o Reina Sofía é uma das principais instituições de arte na Europa.
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