Preparando novo álbum, Tom Zé diz que governo Bolsonaro é analfabeto e ignorante
Em entrevista, o compositor baiano também destacou que a classe artística está “com a corda no pescoço”, pois a pandemia do novo coronavírus impediu a realização de shows, e disse estar incomodado com a destruição do meio ambiente no Brasil
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247 - O músico baiano Tom Zé informou à Folha de S.Paulo que se prepara para gravar, a partir do próximo dia 1º, um novo álbum, chamado ‘Língua Brasileira’, com o objetivo de desvendar a formação do idioma falado por aqui.
"O disco vai se chamar ‘Língua Brasileira’, que é o nome de uma música que fiz muito tempo atrás. Nessa música tem versos muito lindos, os versos mais lindos que eu já fiz. Tem muita coisa sobre a história da língua portuguesa e, vindo para cá, a presença indígena, a presença negra”, conta o artista.
“Língua Brasileira” é uma música do disco “Imprensa Cantada”, de 2003, e inspirou o diretor Felipe Hirsch a criar uma peça homônima, com outras músicas encomendadas a Tom Zé. A peça estreiaria em 2020 não fosse a pandemia da Covid-19.
“Eu fiz várias músicas para a peça. Sempre orientado por ele [Hirsch], que é uma pessoa muito culta e generosa. Eu mandava as letras, às vezes ele fazia reparos, eu mudava”, conta o compositor baiano. Agora, as músicas estarão em seu álbum novo, com previsão de lançamento em março de 2022.
Governo analfabeto e ignorante
O músico baiano, à Folha, também fez críticas ao governo Jair Bolsonaro. Ele declarou que costuma “fugir” do noticiário, mas destacou que a destruição do meio ambiente lhe causa “comoção”. Para ele, o governo de Jair Bolsonaro é analfabeto e ignorante.
“No mundo não há governo mais analfabeto. Nunca se viu nem se pensou que pudesse ter uma coisa dessa no mundo, o mundo está admirado”, afirma. “O próprio governo incentiva a mineração ilegal, que destrói rios e matas e leva doenças para os indígenas. Um governo ignorante. Imagine dizer que os índios são habitantes miseráveis de regiões ricas. Os indígenas não fazem exploração de rios porque a vida deles é uma vida que conserva a natureza”, continua.
“A cada ano temos um novo sinal de que a natureza já não suporta mais os maus-tratos que a civilização faz. Agora são essas poeiras aí, que afogam cidades inteiras. O ser humano está destruindo o planeta.”
Os artistas e a pandemia
O compositor também disse que a classe artística está “com a corda no pescoço”, pois a pandemia do novo coronavírus impediu a realização de shows, dos quais ele afirma ter saudade.
“A gente precisa voltar a trabalhar. Eu tinha vários shows no ano passado, em vários países da Europa, e tudo foi cortado por causa da pandemia. Já tem conversa de viagem e tal, mas não tem nada certo ainda”, disse.
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