Pélico sobre a cultura no Brasil: “quem faz arte é demonizado. Eles estão fechando todas as torneiras”

O músico e cantor está em Portugal para divulgar seu mais recente disco, ‘Quem Me Viu, Quem Me Vê’, produzido graças a um financiamento coletivo. Ao contrário do Brasil, o governo português tem dado cada vez mais incentivo a projetos de música autoral. Assista sua entrevista à TV 247

Cantor e músico Pélico
Cantor e músico Pélico (Foto: Reprodução/Twitter)


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247 - O cantor e compositor Pélico foi convidado do programa Conexão Lisboa, transmitido na TV 247, e numa entrevista concedida às jornalistas Stefani Costa e Larissa da Silva, criticou o atual momento político do Brasil, especialmente para a cultura. O músico está em Portugal para divulgar o seu mais recente disco, ‘Quem Me Viu, Quem Me Vê’, produzido graças a um financiamento coletivo.

“Talvez seja o meu disco mais político, mas ao mesmo tempo, com uma história pessoal permeando esse momento da história do Brasil”, explicou Pélico, que também buscou inspiração na capital lusitana durante o processo de criação, já que a sua namorada vive atualmente em Lisboa. “Vamos falar de amor? Vamos! Porque é preciso falar, mas também, ao mesmo tempo, a gente não pode fingir que nada está acontecendo, sabe?".

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Sobre a iniciativa de pedir contribuição para gravar e realizar o trabalho, Pélico afirma que esperar por uma ajuda do Estado hoje é praticamente impossível, pois eles estão “fechando todas as torneiras”. Segundo o artista, ao contrário do Brasil, Portugal está incentivando, cada vez mais, projetos de música autoral, como já aconteceu na indústria brasileira em governos anteriores. 

“O período do PT foi muito bom. Eles olhavam a cultura de uma forma muito mais ampla. Hoje você tem, o que é uma coisa muito perigosa, o crescimento, por exemplo, do Sertanejo, que sempre foi grande (...) Eles têm um investimento do agronegócio gigantesco! Eles engolem, eles pagam tudo, rádio, TV... Dominam e aí fecham canais”, pontuou.

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Vindo de uma família evangélica, Pélico também falou sobre a crescente das igrejas neopentecostais e como esse movimento pode afetar a produção cultural do nosso tempo. Segundo o cantor, existe um pensamento progressista entre as comunidades evangélicas que o Estado acabou deixando de se preocupar. 

“Eu acho que a gente tem que olhar pra esse lugar e saber o que tá acontecendo, sabe? Acho que foi o Haddad que eu ouvi uma vez numa entrevista, falando que se a gente não olhar sem ranço, a gente não vai entender o Brasil daqui 20 anos, porque daqui 20 anos, provavelmente, o Brasil vai ser um país majoritariamente evangélico”.

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