Os meninos da terra do sempre
Nas telas dos cinemas, podemos ver Pedro Bala agindo como Peter Pan, outro jovem imaginário que depois de 11 de outubro passou a ser centenário
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Nas telas dos cinemas, podemos ver Pedro Bala, o menino que foi forçado a amadurecer para assim defender os seus iguais, agindo como Peter Pan, outro jovem imaginário que depois de 11 de outubro passou a ser centenário. O Pedro baiano nasceu da mente de Jorge Amado, cujo centenário a Bahia e o mundo comemorarão em 2012. Jorge, em 1937, colocou Pedro nas ruas em sua obra Capitães de Areia. E este garoto nasceu com a dura responsabilidade de "se virar", já que as autoridades e os demais adultos ignoravam a infância e adolescência; e demais moradores de ruas. E como o Pedro "se virou". A capoeira era sua couraça e a navalha sua lança, ambas usadas contra os Ganchos (Hooks) modernos. Infelizmente, apesar da precocidade da denúncia social do livro de Amado, só recentemente o estado brasileiro entendeu o recado e via Bolsa Escola começou a isolar os inimigos do heroico Pedro, lançando mão de políticas públicas mais eficientes do que a velha e decadente repressão.
O livro viajou o mundo e o filme baseado na obra de Jorge Amado deve fazer sucesso. Afinal todos os dias os nossos capitães de areia se multiplicam e, mas infelizmente para o nosso continente, os Ganchos também dominam muito bem a arte da multiplicação...
Neste centenário podemos dizer que Peter Pan, além do sucesso cinematográfico de seu irmão baiano, ungido pela genialidade de Jorge Amado, tem muito a comemorar. Primeiro houve a tal primavera árabe, que colocou os ditadores com suas barbas de molho e depois, nas ruas dos Estados Unidos os jovens passaram a líder manifestações de massas e insistem em dizer que desejam encontrar trabalho, querem participar da vida social, mas seus anseios têm sido sistematicamente boicotados pelas políticas das grandes corporações e mentalidade financista dos principais organismos econômicos internacionais. Se um dia o muro das Alemanhas caiu, agora é a rua do muro (Wall Street) que começa a tremer...
Ao contrário de Peter, que usava punhal, e Pedro, que usava navalha, estes garotos acampam e cantam e começam a encantar os demais adultos desiludidos com os rumos econômicos do capitalismo rentista de seu país. Não devemos subestimá-los. Pois são jovens, inteligentes e portam armas que outro menino, também nascido pobre, aperfeiçoou. Graças aos inventos e adaptações de Steve Jobs, este visionário que deu certo, os capitães de areia e praças de hoje podem usar toda inovação (i) - ao seu alcance. E estão tornando os celulares e tablets, as navalhas e punhais do bom combate deste milênio; usam a (i) internet como seus tambores de guerra e paz.E trocaram as redes de pesca por redes sociais...
Se a fada Sininho descesse nesta Terra Continental agora, temos certeza de que ela iria assistir Capitães de Areia e depois voaria para o hemisfério norte para ajudar os discípulos do Peter Pan a derrotar a estupidez e usura desumanas. Estupidez e usura "enganchadas nos atuais Ganchos", encastelados nas altas hierarquias das grandes corporações.
Na cidade da maçã, os manifestantes também desejam sentir o sabor do paraíso. E, apesar de tudo, não se trata de um combate equilibrado, mas Peter e Pedro nunca contaram com vantagens competitivas. Além de suas armas eletrônicas, os jovens inovadores têm ao seu lado a firme convicção de que, agora, passaram a ser os defensores de um novo Milênio. Onde, como pregava Steve Jobs, sempre é possível fazer diferente.E eles saberão como ninguém levar adiante as idéias do mago, que um dia ousou morder a maçã, e com sinergia, criatividade e esforço melhorou a vida da humanidade.
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