Operação presente reflete sobre o descaso
Animação natalina da Sony Pictures vai ao ceio da família Noel para fazer uma reflexão divertida sobre o desprezo e a importância que as pessoas especiais têm em nossa vida
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Ultimamente, nos últimos anos, ando achando o Natal uma chatice só. Mas para quem tem duas crianças em casa, às vezes é preciso fazer um teatrinho e enfiar Papai Noel goela abaixo. Assim, banhado de espírito natalino, lá fui eu com minha afilhada ver a animação Operação Presente. E quer saber?! Gostei bastante, me diverti à beça e por um motivo muito simples. O desenho animado da Sony Pictures, dos mesmos criadores do competente Gromit & Wallace, recorre à metalinguagem e brinca com a data universal para fazer uma reflexão divertida sobre o desprezo e a importância que as pessoas especiais têm em nossa vida. Mesmo que ela seja uma criatura fantasiosa, fruto da nossa imaginação, como o bom Velhinho.
A história gira em torno da família Noel, que anda ocupadíssima com os preparativos para a entrega dos presentes nos mais de dois bilhões de lares com crianças em todo o mundo. Se falar das maternidades. É uma tradição secular, passada de pai para filho e que nos dias de hoje conta com a bem-vinda ajuda da tecnologia. Não olhe agora, mas estamos diante de um Papai Noel do futuro. Então esqueça essa bobagem de renas, trenós e entradas triunfais pelas chaminés.
Assessorado por uma equipe gigantesca formada, não por anões, mas elfos descolados que andam exibindo cabelos pintados e piercing na cara, o senhor Noel risca o céu do globo terrestre com a missão quase impossível de não se esquecer do Natal de nenhuma criança. Daí o lema: “Papai Noel não se esquece de ninguém”.
Mas, para desespero de Steve, o metódico e chato filho mais velho da família que comanda esse batalhão de operários natalinos, o impossível aconteceu. Uma criança em todo o mundo não recebeu o presente. É a pequena Gwen, moradora de um típico subúrbio inglês e o seu problema instaurou uma crise no ceio da família Christmas. Resta ao improvável, atrapalhado, mas sensível caçula Arthur salvar a reputação da família, mas do que isso, o Natal da pequena Gwen. “Uma criança foi esquecida, mas ela vai se sentir excluída?!”, desespera-se. “Assim vai estragar o encanto”, lamenta.
Assim, com a ajuda do Vovô Noel, suas tataranetas renas e um trenó caindo aos pedaços, Arthur parte numa aventura cheia de confusões e lições humanistas. Sim, porque para ele, claro, Papai Noel é a pessoa mais legal do mundo e não faz pouco caso de ninguém.
Simples, espirituoso e exemplar, Operação presente discute de maneira divertida como é fácil desprezar e destruir os sonhos alheios, ensinando como um gesto de delicadeza ou de extrema atenção é capaz de salvar almas. Há coisas deprimentes que fazem partem do nosso dia a dia, entre elas o desprezo, que nem o espírito natalino consegue dá jeito.
Ok, não sou nenhum Papai Noel, mas não me esqueço das minhas sobrinhas nunca. E não desprezo e faço pouco caso de ninguém. Não tenho esse dom.
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