ONGs e Defensoria vão à Justiça contra Faustão por declaração machista

Apresentador, mais de uma vez, já fez comentários machistas que geraram polêmica e duras críticas ao programa. Para ONGs e Defensoria Pública, as declarações de Fausto Silva ferem a Constituição; por Matheus Moreira

Apresentador, mais de uma vez, já fez comentários machistas que geraram polêmica e duras críticas ao programa. Para ONGs e Defensoria Pública, as declarações de Fausto Silva ferem a Constituição; por Matheus Moreira
Apresentador, mais de uma vez, já fez comentários machistas que geraram polêmica e duras críticas ao programa. Para ONGs e Defensoria Pública, as declarações de Fausto Silva ferem a Constituição; por Matheus Moreira (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Matheus Moreira, na revista Forum

ONGs que integram a Rede Mulher e Mídia, série de entidades que defendem direitos das mulheres, enviaram à Rede Globo pedido de direito de resposta às declarações machistas do apresentador Fausto Silva no seu programa “Domingão do Faustão”. Para as entidades, Fausto Silva “corrobora para manutenção do machismo” quando diz que existe “mulher que gosta de homem que dá porrada”.

As organizações apontam que o apresentador faz declarações ofensivas e que suas falas “atentam contra a dignidade da mulher, uma vez que reforçam estereótipos que há muito vêm sendo rechaçados pelo conjunto das mulheres brasileiras”. Além disso, as entidades explicam que, uma vez que a rede Globo dispõe de concessão pública, “deve manter alguns compromissos com a ética e a dignidade humana”.

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A Defensoria Pública do Estado de São Paulo caminha em direção similar, para o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da entidade, Fausto Silva vai contra a Constituição Federal ao atentar contra o fim das desigualdades e convenções de direito internacional das quais o Brasil é signatário e ratifica.

Em nota, o órgão explica que “Nenhuma mulher gosta de apanhar. Muitas mulheres não sabem como buscar ajuda numa situação de violência, não recebem apoio da família ou da sociedade, inclusive com receio de ser julgada, como fez o apresentador”. A defensoria pede, em oficio enviado a emissora, que a Globo abra o programa para o debate com especialistas e promova uma campanha pelo fim da violência contra mulher.

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Em resposta, a Rede Globo explica que não havia recebido o pedido de direito de resposta até a noite da última quarta-feira (9). Em nota, a Globo afirma que “tem tradição de ser um veículo de comunicação que sempre defendeu os direitos da mulher em campanhas de conscientização, no seu conteúdo jornalístico e de entretenimento e em ações de responsabilidade social veiculadas em suas obras de dramaturgia e por apoio a projetos de entidades civis”, e conclui:

“Temáticas que envolvem as mulheres, como equidade de gênero, violência doméstica e saúde da mulher, sempre foram discutidas pelas novelas da Globo ao longo dos anos —dados de 2008 a 2015 mostram que 2.130 cenas abordaram o assunto, ajudando a desconstruir estereótipos e divisões de gênero. Programas de variedades também repercutem as tramas e os principais fatos do país, colaborando para ampliar as reflexões”.

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Foto: Alef L Reis

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