Obra de Hitler volta censurada à Alemanha
Por determinao da Justia alem, publicao de editora britnica chega s bancas com trechos suprimidos do Mein Kampf, escrito pelo ditador nazista durante uma estadia na priso em 1924
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Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris - "Caros leitores, de acordo com pedido do Ministério das Finanças de Baviera, um tribunal de Munique decidiu em 25 de janeiro à tarde que o Zeitungszeugen não poderá utilizar, até nova ordem, trechos de Mein Kampf para comentários e análises científicas."
Com esta mensagem, o editor britânico Peter McGee se dirige em seu site aos leitores que encomendaram o próximo número da publicação especializada em extratos de jornais nazistas, que deveria ser lançado no dia 26 de janeiro com trechos da prosa de Hitler comentados. Os 100 mil exemplares previstos da brochura de 15 páginas, intitulada O Livro ilegível (Das Unlesbare Buch), sairão finalmente em uma versão com as menções ao Mein Kampf ocultas, diz o Welt Online.
O Mein Kampf ("Minha Luta"), escrito por Hitler durante uma estadia na prisão em 1924 após uma tentativa de golpe, não é proibido pela lei alemã. Mas desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Ministério das Finanças do Estado da Baviera controla estritamente para que não seja reeditado para evitar uma possível exploração por grupos neo-nazistas. Na internet, o livro é livremente difundido. É a primeira vez, no entanto, que uma publicação que menciona o Mein Kampf é censurada.
“As pessoas vêem o livro como uma espécie de Bíbila nazi diabólica, mas elas não o leram e por isso não viram o trabalho confuso e de má qualidade de uma mente totalmente distorcida” , disse McGee.
Uma organização judaica questiona os objetivos da publicação pela editora britânica. "Eu posso entender o princípio de querer desmistificar esse trabalho", declarou Charlotte Knobloch, presidente da comunidade judaica de Munique. "Mas nas motivações de McGee vejo uma clara intenção comercial."
Seja qual for o propósito da editora britânica, a questão da reimpressão do Mein Kampf voltará à tona em 2015, setenta anos depois da morte de Hitler. E nesse momento, os direitos de autor da obra serão de domínio público. Antecipando as edições comerciais, o Instituto de História Contemporânea de Munique já prepara uma edição cuidadosamente comentada. Mas mesmo esta publicação suscita críticas: “Dá a Mein Kampf mais honra do que a que merece”, comentou a historiadora austríaca Brigitte Hamman à emissora alemã Deutsche Welle.
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