O passado nazista de Coco Chanel

Nova biografia revela detalhes de como a fundadora da Maison Chanel atuou como espi pr-Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial



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247 - Foi na década de 1990 que surgiram os primeiros rumores sobre o suposto antissemitismo da estilista francesa Coco Chanel (1883-1971). A suspeita de que ela tivesse atuado como espiã nazista durante a Segunda Guerra Mundial foi levantada por uma reportagem da revista L'Express. Uma década mais tarde, a publicação alemã Der Spiegel voltou a investigar o passado de Coco Chanel e citou novamente a sua colaboração com o regime de Hitler. Agora, o jornalista Hal Vaughan, 84 anos, esmiuça o papel da fundadora da Maison Chanel na espionagem pró-nazista no bem documentado livro “Sleeping with the enemy, Coco Chanel's secret war” (Dormindo com o inimigo, a guerra secreta de Coco Chanel.

Autor de dois livros sobre a Segunda Guerra Mundial, Vaughan contou que descobriu em um documento da polícia francesa, datado de 1946, que a estilista era agente da F-7124 de Abwehr, serviço de informação militar alemão, instalado durante a Ocupação alemã na França no hotel Lutetia de Paris. O jornalista revela: “Não pude acreditar em meus próprios olhos quando tive em mãos esse documento manuscrito, de 15 páginas, com o título +Gabrielle Chanel, chamada Coco+, citando, inclusive o código da então agente 'Westminster', tirado do nome de seu amante durante seis anos, o duque de Westminster”, afirmou Vaughan em entrevista a agência de notícias francesa AFP. Segundo o seu livro, Coco Chanel foi recrutada em 1940 como agente secreto do regime nazista. Na época, ela era apaixonada por um oficial alemão, o barão Hans Gunther von Dincklage.

A publicação é resultado de três anos e meio de pesquisas nos arquivos americanos, franceses, alemães, britânicos, italianos e poloneses. Vaughan também consultou outras 225 obras de referência relacionadas à vida e carreira da estilista. “Descobri doze citações dos propósitos antissemitas de Coco Chanel, também uma anticomunista convicta que se vendeu aos alemães porque acreditava que Hitler fosse derrotar Stalin”, declarou o jornalista em entrevista ao site da France Presse. O grupo Chanel, controlado pela família Wertheimer, desmentiu oficialmente que Gabrielle Chanel fosse antissemita. O jornalista também cita um documento do MI6, o serviço de informação britânico, que relata a confissão de um importante agente alemão que desertou em 1943, em Madri. Três páginas são consagradas a Coco Chanel e a seu outro amante von Dincklage, e a estilista é abertamente descrita como uma espiã da Alemanha. A biografia de Vaughan traz a transcrição de documentos da Resistência francesa em que o nome de Coco Chanel figurava com a menção de “condenada à morte”. Entre as revelações do livro está a missão que a estilista realizou na Espanha, em troca da libertação de um sobrinho preso e a sua relação com líderes do nazismo, como Hermann Goering e Joseph Goebbels, entre outros.

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