O casamento e o bacon
Talvez se o casamento fosse como nosso amor pelo bacon, desse mais certo
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Na teoria, o casamento é a solução ideal para um casal: eles se amam, se desejam, sempre que se encontram estão morrendo de saudades, então resolvem morar juntos. Simples. Quer dizer, seria simples. Vamos mudar o exemplo para entendermos melhor a complexidade da situação.
Você ama bacon. Você deseja bacon sempre que come bacon parece que a última vez foi há cinqüenta anos – quando na verdade foi ontem. O bacon está, para você, assim como a pornografia está para a internet – sem saber como podia haver felicidade antes disso. Mas talvez você não queira morar com o bacon. Talvez este amor todo só seja este amor todo porque você não mora com o bacon. O bacon sai da geladeira para o fogo, do fogo para seu prato. Simples assim.
Logo, você ama o bacon, mas você não sabe que o bacon deixa a tampa da privada aberta, que o bacon não lava a louça ou que o bacon fica com mania de perseguição quando está na TPM. Você não vai dormir e acorda com o bacon. Você idolatra o bacon porque você nunca viu o bacon fazendo um escândalo porque não consegue encontrar a meia listrada ou porque não tem mais biscoito no armário.
Talvez se o casamento fosse como nosso amor pelo bacon, desse mais certo. Claro que qualquer coisa que vem dentro de um hambúrguer tem mais chances de nos agradar, mas não era dessa semelhança que eu estava me referindo. Tem que gostar muito de bacon pra continuar querendo comer depois de conviver com ele vinte e quatro horas por dia. Daí essa moda de casais que se casam e moram em apartamentos separados, ou dormem em quartos separados. É a aplicação da teoria do bacon: você só fica com a parte boa. Mas vejam bem, eu sou casado e não estou reclamando nem fazendo apologia contra casamento, longe de mim. Pessoalmente eu até gosto muito mais de bacon do que achei que gostava...
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