Novo Conan é uma falange de bobagens

Se algum dia você criticou Arnold Schwarzenegger por ser um ator mediano esses anos todos, então espere até conferir o desempenho de Jason Momoa em Conan – O Bárbaro



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A indústria de cinema descobriu um novo filão para arrancar dinheiro de trouxa: são os filmes em 3D. Eles fazem você parecer o Ciclope, do X-Men, usando uns óculos ridículos que mais atrapalham do que ajudam a ver o que está passando na tela e o que é pior, não melhoram em nada se a história for ruim. Em suma, bye, bye promoções porque nenhuma sessão com essa "novidade" custa menos do que R$ 12.

E gastar esta pequena fortuna vendo a nova versão de Conan – O Bárbaro é um desperdiço boçal. Eu gastei e saí da sala de cinema como o Pluto, do Mickey, com cara de sino, quando ele fazia alguma besteira. Mas como diria aquele velho cronista, são ossos do ofício.

Herói dos quadrinhos criado por Robert E. Howard, o personagem seria imortalizado nos anos 80 com o grandalhão Arnold Schwarzenegger na pele do bárbaro cimério. Com roteiro - vejam só - de Oliver Stone e direção de John Milius, o primeiro filme da série fez história, catapultando a carreira do ator austríaco que depois quis ser andróide do futuro, em O exterminador, mas largou tudo para virar governador da Califórnia. Deu no que deu.

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Já a nova versão, dirigida por (quem?) Marcus Nispel (O Massacre da Serra Elétrica), dos instantes iniciais aos créditos finais é uma falange de bobagens, com suas grosserias visuais ululantes e falsa autoconfiança digital. A história começa com uma selvageria sem igual, no campo de batalhas, onde nasce o menino Conan, o filho da guerra, o filho do terror. Quando adolescente, o pai lhe explica o estilo de vida do seu povo. "Quando um cimeriano tem sede é sede de sangue", ensina.

Um dia, com a mesma facilidade com que vê os raios de sol derreter a neve nas pradarias, presencia seu povo, a aldeia em que vive e o pai, serem dizimados por guerreiros sanguinários. Por castigo é poupado e, daquele instante em diante, carregaria a sina da vingança na alma eternamente. Nasce assim, a lenda de Conan, o bárbaro, aqui estrelado por Jason Momoa.

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Se algum dia você criticou Arnold Schwarzenegger por ser um ator mediano esses anos todos, então espere até conferir o desempenho de Jason Momoa aqui. Atuando apenas com as sobrancelhas e os músculos, ele faz Arnold Schwarzenegger parecer um autêntico ator shakespeariano. Bem que o meu irmão me avisou, quando viu o "novo astro" se exibindo num torneio de vale tudo, num desses canais por assinatura.

Pretensioso, com sua estética de vídeo game, a nova aventura de Conan – O Bárbaro é um decalque vagabundo do clássico dos anos 80. Se você é fã da primeira versão para a o cinema do herói guerreiro, então nem passe perto do cinema porque, uma simples olhadela para o cartaz já o fará dar faniquitos de bailarina espanhola.

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E por um motivo muito simples. Tendo no elenco feras como James Earl Jones e Max Von Sydow - o ator bergmaniano, por excelência -, o filme de Milius, com sua narrativa verdadeira e imponência visual, é muito mais cinema. Um épico deslumbrante no qual todos os elementos da sétima arte explodem na tela soberanamente. Desde as cenas artísticas de violência, passando pela trilha sonora hipnotizadora do grego Basil Poledouris, até chegar ao roteiro bem amarrado e crível de Oliver Stone e John Milius.

E pensar que eu ia assistir ao Manda-Chuva...

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