Nos últimos anos, o Jornalismo tentou substituir a política e deixou de fazer seu papel, afirma Jorge Furtado
Segundo o cineasta, empresas do Jornalismo tradicional deturparam o papel do jornalista: “agora a imprensa se deu conta do monstro que criou”. Assista na TV 247
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247 - O cineasta Jorge Furtado, em entrevista à Regina Zappa, na TV 247, falou da importância do Jornalismo e da deturpação de seu papel pela imprensa tradicional nos últimos anos.
Ele classificou o Jornalismo como “fundamental para a existência da democracia”, mas pontuou que “nos últimos 20 anos” as “grandes empresas” jornalísticas tentaram “substituir a política”. “Eles disseram: ‘a oposição hoje está muito fragilizada, então a oposição tem que ser a imprensa’. Mas aí ela deixa de exercer sua função”.
“Criminalizou-se a política porque uma elite brasileira não conseguiu chegar ao poder pela via democrática. Esqueceu das eleições, depois de perder muitas. Aí resolveu fazer de outro jeito. Chutar o balde. Viraram a banheira, só que com o bebê dentro. Assim, esperava-se uma coisa e surgiu outra, que é o fascismo. Surgiu um outsider, se dizendo fora da política, mas era totalmente dentro da pior política possível. E agora a imprensa se deu conta do monstro que criou”, declarou.
Furtado destacou que, de agora em diante, o Jornalismo exercido pela imprensa hegemônica terá de decidir de qual lado ficará, diante de uma eleição polarizada entre o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, e Jair Bolsonaro (PL). “Não dá mais para ficar em cima do muro e repetir de novo que são dois extremos. Todo mundo sabe que não. Acho que existe a possibilidade do Lula ganhar em primeiro turno. Possível, mas não provável. Aí, as pessoas de bom senso, inclusive a grande imprensa, vai ter que apoiar o Lula”.
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