Nós temos Miles Davis

Exposio sobre o trompetista norte-americano chega a So Paulo



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São poucos os artistas que continuam recebendo homenagens mesmo muito tempo depois de terem nos deixado. O trompetista norte-americano Miles Davis faz parte desse seleto grupo. Com justiça, diga-se de passagem. Seu trabalho como músico de jazz começou cedo, aos 18 anos, tocando ao lado de mestres como o saxofonista Charlie Parker, e só terminou há 20 anos, quando o próprio Miles já havia se tornado uma lenda. Durante esse período, o trompetista não só tocou ao lado de todo mundo que era importante, mas também passeou por quase todos os estilos do jazz, ajudando a criar, pelo menos, uma nova vertente (o cool, marcado por notas mais tranquilas), além de ser o precursor da mistura do jazz com instrumentos elétricos, isso no final da década de 60.

Uma boa parte da obra de Miles Davis poderá ser revista a partir desta quarta-feira (por convidados) e amanhã (pelo público em geral) na exposição multimídia "Queremos Miles!", instalada em uma área de 600 metros quadrados no segundo andar do Sesc Pinheiros, e com entrada gratuita. Organizada pela instituição francesa Cité de La Musique, a mostra traz mais de 450 objetos - muitos deles nunca vistos antes em São Paulo (a exposição estava em cartaz no Rio de Janeiro) -, como vários trompetes usados por Miles, partituras de discos, pinturas, fotografias e filmes.

"Foi uma exposição muito difícil de organizar. Foram dois anos até juntarmos todas as peças desse quebra-cabeças", conta o francês Vincent Bessières, curador de "Queremos Miles!". "Tivemos de entrar em contato com vários colecionadores, com a família de Miles, com músicos que tocaram com ele e ainda estão vivos, e pesquisar muito em bibliotecas. Felizmente, as pessoas nos ajudaram bastante, tivemos acesso a um farto material, que inclui partituras e manuscritos originais, pôsteres, pinturas e roupas", acrescenta ele.

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Ainda assim, Bessières achava que seu trabalho estava incompleto. "Uma exposição sobre música é quase um paradoxo, pois o som é algo imaterial e difícil de representar. Mesmo todos esses objetos não eram suficientes para fazer uma mostra que retratasse o legado de Miles. Para entendê-lo, você precisa ouvir sua música e prestar atenção em como o som dele mudou ao longo dos anos", ressalta. "Por isso, nós criamos pequenas cabines de audição, onde as pessoas poderão ouvir as canções de Miles em alta fidelidade."

Essas cabines estarão espalhadas por blocos temáticos, cada um deles dedicado a um período da vida do trompetista. Os blocos seguem uma ordem cronológica e estão conectados entre si. Os dois primeiros, por exemplo, falam sobre o início da carreira, do período em que ele viveu em Paris e dos problemas com as drogas. Os outros trazem imagens, objetos e sons relacionados a cada fase musical do artista, como a invenção do cool jazz; a gravação do álbum "Kind of Blue", marco de sua carreira; os experimentalismos com o rock e os instrumentos elétricos; as gravações mais puxadas para o funk e para a música negra que começava a vir das ruas dos Estados Unidos; e os últimos anos de sua vida.

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"Os blocos foram criados para serem seguidos pela ordem, do começo ao fim. Os objetos estão todos no escuro, que é para você se esquecer dos problemas do dia a dia e se concentrar. Claro, dá para fazer todo o percurso em apenas 20 minutos ou ficar lá dentro por 3 horas. É você quem decide quanto quer aproveitar dessa experiência", afirma Bessières. As informações são do Jornal da Tarde.

Serviço

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Queremos Miles!
Local: Sesc Pinheiros
Endereço: R. Paes Leme, 195, Pinheiros
Tel. (011) 3095-9400
Abertura hoje para convidados e amanhã para público
Até 25/1. Grátis

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