Nós precisamos saber! Nós vamos saber!

O que é a verdade? Como achá-la? Como podemos saber se o que nós encontramos seria de verdade a verdade?



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O que é a verdade? Como achá-la? Como podemos saber se o que nós encontramos seria de verdade a verdade? Como evitamos perdê-la? Nada neste mundo foi tão frequentemente e apaixonadamente evocado como o conceito e o nome da verdade. Porém, nada foi mais distorcido, negado e adulterado como a verdade mesma. Para descobrí-la, muitos e muitos dos homens e mulheres foram torturados até a morte. Para evitar que a verdade fosse conhecida, uma miríade de seres humanos foi chantageada e assassinada.

'Descobrir a verdade' tem uma longa tradição nas profissões do homem. Existem vários grupos de buscadores da verdade: detetives e investigadores, cientistas e filósofos, historiadores, e arqueólogos. Existem ainda os que professam ter encontrado a verdade, tais como os radicais religiosos, os gurus de todo tipo, os teóricos da conspiração, os 'truthers' e os cientistas ortodoxos, só para enumerar alguns.

Há porém aqueles que extraem lucro das semi-verdades como os maquiavélicos, que mexem na verdade só para fazerem avançar seus planos de dominação, e aqueles que simplesmente ganham dinheiro com esse engodo.

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A influência de longo tempo dos dogmas religiosos e dos interesses políticos e econômicos, criou um clima de medo e incerteza no mundo científico e vem dando contexto ao oportunismo e às calúnias. Gosta-se de viver na ilusão de que isso já tenha sido mudado em nosso tempo, mas de fato não mudou.

A filosofia se vendeu desde a institucionalização das instituições acadêmicas. Dizer que o rei está nú não paga as contas. Todas as áreas da ciência passaram a ser dependentes ou mesmo quase inseparáveis dos seus aliados mundanos. Investigadores e historiadores foram forçados a limitarem-se à compartilhar somente informações autorizadas e à contar contos de fadas ditados pelos seus patrões.

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Restam agora os defensores dos bastiões da verdade, a ciência e os seus sacerdotes ordenados, os cientistas acadêmicos e os seus hereges, os cientistas dissidentes e os pesquisadores amadores. Os sacerdotes da verdade oficial mudaram o apêndix nos seus nomes, do SJ ao PhD. Porém, para protegerem-se da nova inquisição, se esconderam atrás de complexidades artificiais, leis de patente e segredos econômicos. Enquanto ninguém além do seus 'peers' seja capaz de entendê-los, eles podem sentir-se seguros nas suas torres de marfim.

 

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David Hilbert, um ícone de coragem num mundo insano e pleno de decepções, declarou categoricamente: “Uma teoria matemática não poderia ser dita completa, até que você consiga explicá-la ao primeiro homem que encontrar na rua!” As suas palavras chegam hoje à uma nova significância, num tempo de distribuição rápida e livre de informação. Hilbert sabia que a sede de conhecimento está ancorada tão profundamente nos nossos corações e nas nossas mentes, que nunca poderá ser extirpada. Nenhuma forma de propaganda, distorção ou lavagem cerebral poderia jamais eliminar esta sede. No exato momento em que se pensou que a chama da verdade foi extinta, se verá que ela se acendeu de novo.

Porém, para liberá-la das falsificações, precisamos filtrar o que foi instilado em nosso pensamento nos últimos séculos. Todos os esforços para descobrir a verdade na natureza, no nosso universo e nas nossas vidas, devem iniciar com o desmantelamento das mentiras e das falsas percepções do passado.

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Por isso:

Nós precisamos separar a ciência da religião e os seus dogmas, das especulações dos filósofos que estão vazios de conhecimento atual sobre os processos da natureza, dos políticos que querem abusar da ciência para as suas próprias agendas escondidas, e dos tecnocratas que querem usá-la somente para o desenvolvimento de novos produtos que eles possam vender com exclusividade.

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Nós precisamos separar a ciência da tecnologia e igualmente importante, separá-la das suas ferramentas, principalmente a estatística. O método matemático da estatística pode servir como um instrumento útil e elementar para a pesquisa e para dar suporte às teorias e aplicações, mas, a estatística nunca foi e nunca será uma ciência em si mesma; nunca poderia ser usada como 'prova' de alguma coisa. O consentimento mudo por parte dos cientistas que toleram o seu óbvio abuso, nas afirmações e implicações, pelos políticos espertos e pelos vigaristas econômicos, é nada mais do que uma traição ao seu próprio ofício.

Nós precisamos aprender a pensar, deduzir e concluir por nós mesmos, visto que nunca deveríamos depender exclusivamente da integridade e da ética dos cientistas mesmos. Estes estão limitados por uma teia compacta de dependência financeira e vaidade da fama. Na situação atual, ambos, os seus trabalhos e a sobrevivência das suas famílias, dependem dos pagamentos contínuos, pelo governo ou pela indústria. “Liberdade de pesquisa”, se jamais existiu, agora chegou a ser uma casca cheia de vazio.

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Nós precisamos desfazer a infiltração pelas pseudo-ciências como a economia, a sociologia e a estatística, nas áreas das ciências naturais tradicionais, ou, no mínimo, redefinir os seus domínios e as suas posições, de modo mais apropriado.

Nós precisamos questionar o que está sendo apresentado pelas midias de massa e os seus porta-vozes. Nós temos que aprender a reconhecer as verdades falsas e artificiais nas afirmações daqueles que estão só interessados no lucro e no poder politico.

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Nós precisamos estender a definição de corrupção como fenômeno, que abrange os processos intelectuais, culturais e, sim, a própria ciência e as suas instituições.

Nós precisamos aumentar a qualidade da educação básica, no que se refere a oferecer aos nossos filhos ferramentas para o pensar independente, ao invés de criar a mentalidade de consumidor escravizado pelos 'memes' e grifes da sociedade de consumo, e nutrir a sede de conhecimento.

Nós precisamos, enfim, achar a coragem de abrir a auto-crítica e dar um fim à falsa tolerância aos oportunistas de um sistema de decepção.

Existiram sempre homens e mulheres corajosos e lúcidos e podemos, sim, despertar uma nova paixão pela verdade em nosso tempo, como Hilbert, que proclamou na cara do nazismo:

“Nós precisamos saber! Nós vamos saber!”

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