Mulheres que acusam humorista Marcius Melhem de assédio quebram o silêncio
O ator é investigado num inquérito policial aberto em 2020 pela Delegacia da Mulher do Rio

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247 - Quatro mulheres que acusam o humorista Marcius Melhem de assédio sexual. Ele foi denunciado em dezembro de 2019 pela atriz Dani Calabresa, ao compliance da TV Globo, onde ele era o diretor do núcleo de humor. O ator é investigado num inquérito policial aberto em 2020 pela Delegacia da Mulher do Rio de Janeiro e processou a artista por danos morais.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, Dani Calabresa afirmou que ela "estava insustentável trabalhar em um ambiente em que eu comecei a perceber que eu era barrada dos convites; que eu não era liberada para as coisas; que eu estava trabalhando com tremedeira; que ele se aproveita das brincadeiras para brincar ereto; que ele pega de verdade; ele tenta enfiar a língua de verdade". "Não é selinho, não é piada, não é brincadeira", disse.
Outras três mulheres - Georgiana Góes, Renata Ricci e Veronica Debom - também afirmaram terem sido assediadas e contam por que só após o relato de Calabresa decidiram denunciá-lo. A roteirista Carolina Warchavsky afirmou que, "quando saiu na imprensa a notícia sobre o assédio sofrido pela Dani, eu entendi todos os comportamentos típicos de assédio que estavam acontecendo, tudo o que eu tinha ouvido falar quando comecei na TV Globo". "Eu entendi que era verdade, que eu tentei bloquear um tempo como se não fosse".
Outro lado
O humorista rebateu as acusações, mas disse que pode ter errado com algumas das mulheres que o denunciaram. "Tem gente que publica essa carta do compliance dizendo que a TV Globo comprovou um assédio que não existe. A carta da emissora não fala em assédio. Eu cometi erros — eu assumo que cometi — eu nunca disse que eu não cometi erros. Eu falei exaustivamente, várias vezes, que eu acho que cometi erros", disse.
Sobre Dani Calabresa, Melhem afirmou que pode "ter passado do ponto", mas reforçou não ver assédio em sua insistência para conquistá-la. "Ela [Dani Calabresa] nunca me disse ‘não’. Só disse ‘sim’. Você não pode desdizer que você tinha uma intimidade, que você brincava. Se a Dani Calabresa tivesse me dito em qualquer momento: ‘Não, não quero’, ou dado a entender isso, eu teria parado imediatamente. Ela me dava sinais repetidos de que existia uma intimidade entre nós, de que podia acontecer".
Em nota, a Globo disse que não comenta casos levados ao seu Compliance e aproveita para reiterar que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe o assédio.
"Da mesma maneira, a Globo mantém uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação de seu Código de Ética, que são apurados criteriosamente, com a punição dos responsáveis por desvios. Nesse mesmo Código, assumimos o compromisso de sigilo em relação a todos os relatos de Compliance, razão pela qual não fazemos comentários sobre as apurações. Nosso sistema de Compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias".
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