Marcelo Camelo, o porta-voz da geração Rock/MPB
Show em So Paulo reafirma a intensa sintonia entre msico e fs
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Por Bruno Oliveira, para o Brasil 247 – Nem a forte chuva que caiu durante boa parte do dia foi capaz de desanimar os fãs que lotaram o show de Marcelo Camelo na noite da última sexta-feira no Sesc Belenzinho, em São Paulo. O músico, que também se apresentou no mesmo palco na quinta e no sábado, mostrou canções de seu último álbum, Toque Dela, além de músicas de Nós, seu primeiro disco, e do Los Hermanos, banda da qual é vocalista.
Contando com a companhia do sexteto paulistano Hurtmold e com um trio de metais, Camelo subiu ao palco com a plateia já ganha. Os primeiros acordes da singela “A noite” comprovaram isso. A reação dos fãs a cada palavra e a cada gesto do músico parecia apenas atestar a enorme admiração provocada por ele.
Para tentar entender a dimensão desse fanatismo singular na música popular brasileira contemporânea é necessário voltar a 2001, quando o segundo álbum dos Hermanos foi lançado. Após uma extensa e bem sucedida turnê com o primeiro disco (Los Hermanos, 1999), capitaneada pelo sucesso estrondoso de “Anna Julia”, a banda apresentou Bloco do Eu Sozinho, obra que caminha pelo universo do rock e da MPB com tamanha maestria que fez com que o álbum se tornasse um dos mais celebrados da última década.
Mesmo nem de longe tendo alcançado o sucesso comercial do primeiro trabalho, o disco transformou a banda, e principalmente Camelo, em sinônimo de boa música. Além disso, filtrou o público, deixando para trás alguns fãs e ganhando cada vez mais ‘hermânicos’, fieis até hoje.
Ao longo da apresentação, “Ôô” e “Menina Bordada” foram recebidas com bastante entusiasmo, mas foi em “Janta”, quando o músico surgiu sem a presença da banda, apenas com voz e violão, que a relação entre plateia e artista ficou ainda mais estreita. “Liberdade”, “Pois É” e “Doce Solidão” sublinharam o clima romântico à la MPB.
Depois da execução da linda “Santa Chuva”, uma avalanche de aplausos fez Camelo se emocionar: “Que bom que vocês gostaram”. Nesse momento, a veneração e o respeito do público ficaram mais evidentes. Um dos pontos altos do show.
Para a sorte dos fãs, Camelo revelou que tocaria uma música especial, apresentada pela segunda vez na turnê, sendo que a primeira havia sido na noite anterior. Quando a bela melodia de “Vermelho” começou, a emoção tomou conta. Permeada por metais e com uma letra serena e apaixonada, a balada foi cantada como um hino.
Já próximo ao final, o músico decidiu presentear literalmente a plateia. Bastou perguntar se alguém queria as samambaias que decoravam o palco para a histeria aparecer. Após acalorada disputa, cinco garotas levaram o ‘prêmio’ e uma orientação: “é pra cuidar bem delas, hein”, recomendou Camelo.
Depois, a ótima e animada “Copacabana” (uma das melhores da noite) colocou o público para dançar. Com sua levada de marchinha de carnaval, a canção proporcionou sorrisos por toda a parte e preparou o terreno para a catarse que viria na sequência com “Além do Que Se Vê”. Uma das preferidas dos ‘hermânicos’, a última música do show foi cantada como um grito de torcida em um campo de futebol.
A canção fez com que a ansiedade pela turnê de 15 anos do Los Hermanos (que começa no dia 20 de abril em Recife, no Festival Abril Pro Rock, e que além da capital pernambucana conta com apresentações em mais 10 cidades do País) aliada à saudade da banda só aumentasse, e assim permitisse que uma frase fosse ouvida por todos os cantos da plateia: não vejo a hora de ver o Los Hermanos.
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