Mangueira ganha Estandarte de Ouro com heróis da resistência negros e índios
O Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial, tradicional prêmio concedido pelo jornal O Globo desde 1972, este ano ficou com a Estação Primeira de Mangueira, que levou para a Marquês de Sapucaí enredo que recontou a história do Brasil por meio de heróis da resistência negros e índios, incluindo homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018
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247- O Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial, tradicional prêmio concedido pelo jornal O Globo desde 1972, este ano ficou com a Estação Primeira de Mangueira, que levou para a Marquês de Sapucaí enredo que recontou a história do Brasil por meio de heróis da resistência negros e índios, incluindo homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018.
Assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco alegorias, o enredo "História pra ninar gente grande" teve um argumento muito contundente: "Ao dizer que o Brasil foi descoberto e não dominado e saqueado; ao dar contorno heroico aos feitos que, na realidade, roubaram o protagonismo do povo brasileiro; ao selecionar heróis 'dignos' de serem eternizados em forma de estátuas; ao propagar o mito do povo pacífico, ensinando que as conquistas são fruto da concessão de uma 'princesa' e não do resultado de muitas lutas, conta-se uma história na qual as páginas escolhidas o ninam na infância para que, quando gente grande, você continue em sono profundo".
Cultura e resistência
Rede Brasil Atual - O carioca Tomaz Miranda, um dos autores do samba da Mangueira História pra Ninar Gente Grande (ao lado de Deivid Domênico, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino), vê um processo de resistência se impondo ao Brasil desde a ascensão do bolsonarismo. O samba lembra, entre outros momentos da história recente, a vereadora do Psol-RJ Marielle Franco, morta a tiros, em março passado, junto com Anderson Gomes, que dirigia o carro em que foram emboscados, no centro do Rio.
"Acho que vai ficar mais aguda a tentativa de apagamento, de desconstrução da cultura popular, principalmente ligada às origens africanas, às manifestações culturais, religiosas e sociais verdadeiramente populares do Brasil", disse Tomaz.
"Acho que ao mesmo tempo essas manifestações vão ter papel fundamental para poder driblar todo autoritarismo e o conservadorismo que a gente vai enfrentar nesses próximos anos", pondera, admitindo que o carnaval tem seu lado conservador: "As escolas de samba não são uma coisa só. E a gente vai tentando jogar dentro desses espaços de contradição".
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