Karl Marx, 200 anos de nascimento

O jornalista Manuel Carvalho destaca os 200 anos de nascimento do filósofo alemão Karl Marx; ele diz, em artigo publicado no jornal português "Público", que "poucos pensadores foram capazes de deixar uma marca tão indelével na história como a desse homem razoavelmente corpulento, barbudo e de cabeleira farta"; Carvalho aponta que "Marx propunha a abolição do Estado, enquanto mecanismo pensado e desenvolvido para exercer o domínio de uma classe social"

Karl Marx
Karl Marx (Foto: Gustavo Conde)


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247Em artigo no jornal “Público”, de Portugal, Manuel Carvalho escreve sobre os 200 anos de nascimento de Karl Marx, celebrados hoje: “Poucos pensadores foram capazes de deixar uma marca tão indelével na história como a desse homem razoavelmente corpulento, barbudo e de cabeleira farta. A Primeira e a Segunda Internacional, a criação dos primeiros partidos sociais-democratas, socialistas e comunistas, o bolchevismo e a Rússia soviética, o radicalismo violento, Rosa Luxemburgo e Che Guevara, Álvaro Cunhal, a China de Mao ou a Cuba de Fidel, a luta contra o nazismo, contra o colonialismo, ou contra o salazarismo, tudo teve a inspiração nas páginas que Marx produziu ao longo da sua vida. Para muitos, o seu desprezo pelas tradições, pela religião ou pela moral convencional tornaram-no num monstro odioso; para outros, a sua luta pela libertação dos trabalhadores e dos oprimidos foi um raio de luz que iluminou, e ilumina, as perspectivas da humanidade”.

Marx propunha a abolição do Estado, enquanto mecanismo pensado e desenvolvido para exercer o domínio de uma classe social. Quando o desígnio final de uma sociedade igualitária, sem classes, sem exploradores e explorados fosse atingido, o Estado deixava de fazer sentido. Entre os preceitos da “herança tricolor” da Revolução Francesa (liberdade, fraternidade e igualdade) Marx preferia a igualdade a todos os outros. “Ao pegar na igualdade, ele acabou por criar um equipamento mental que desprezava a liberdade”, observa Rangel. Por isso, a ideia comunista foi sempre mais acolhida em sociedades mais apegadas aos valores da livre iniciativa e do livre pensamento. Como o Reino Unido ou os EUA.

Durante a sua vida, não faltaram exemplos da sua propensão para trocar o pluralismo pelo autoritarismo. Bakunine, o fleumático filho de um conde russo que se tornou famoso na Europa a apregoar o anarquismo, dizia que Marx era “autoritário da cabeça aos pés”. Carl Schurz, um estudante, viu-o numa reunião de democratas em Colónia, em 1848, e escreveu: “Todos aqueles que o contradiziam eram tratados com desprezo abjecto e respondia a todos os argumentos de que não gostava com mordaz desdém.” As suas ideias, que apontavam para a abolição do regime capitalista, a supressão da burguesia, ou o fim da propriedade privada jamais nasceriam de geração espontânea. Só seriam aplicadas na sequência de uma revolução. Marx jamais apregoou o Terror jacobino da Revolução Francesa, mas a tomada do poder por métodos violentos não lhe desagradou. 

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Leia a matéria completa no jornal "Público", aqui.


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