Gullar critica insulto, mas apoia vaia a Dilma
Para o escritor maranhense, "a vaia é sinal de uma crescente impopularidade, que se expressa também nas pesquisas de opinião"; segundo ele, "trata-se, sem dúvida, de um fato preocupante, que assusta também Lula e a direção do PT"
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247 - Com 15 dias de atraso, o escritor maranhense Ferreira Gullar decidiu se manifestar sobre a manifestação da torcida contra a presidente Dilma Rousseff, na estreia da seleção brasileira na Copa.
Gullar condenou os insultos, mas defendeu as vaias em sua coluna (leia aqui). "Insultar quem quer que seja é coisa que não se pode aceitar, muito menos quando se trata de uma senhora e senhora essa que exerce o cargo de presidente da República. Quem fez isso, qualquer que tenha sido o motivo, cometeu um ato indefensável", disse ele.
O escritor, no entanto, defendeu as vaias. "Vaia é uma manifestação pertinente com que a massa popular costuma expressar sua desaprovação, por exemplo, ao modo como um governante governa. A legitimidade da vaia apoia-se no fato de que ela expressa o descontentamento da maioria, o que não significa que seja sempre justa", afirmou. "Daí por que a vaia, quando se trata de um (ou uma) governante, é um fato político importante, pois demonstra que o descontentamento dos governados chegou ao limite. E frequentemente expressa também certa impotência dos descontentes em face do governante que tanto lhes desagrada."
Segundo Gullar, o que aconteceu no Itaquerão pode ser um indicador preocupante para a campanha de Dilma. "Embora isso não signifique que já tenha perdido as eleições, trata-se, sem dúvida, de um fato preocupante, que assusta também Lula e a direção do PT."
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