Filho de Escobar pensa em processar Netflix e José Padilha por 'Narcos'
"Os diretores falam que é liberdade poética quando são criticados. Mas quando se fala sobre o seriado, dizem que é a história é verdadeira. Se você ler as letras pequenas, dizem que é tudo parecido com a realidade e casualidade. Eu desconfiaria muito de uma série que disse ser a verdade histórica, mas nunca se interessou em falar com a família do protagonista. Queria saber do senhor Padilha como ele reagiria se eu escrevesse uma história da vida dele sem que soubesse?", disse Sebastián Marroquín, filho do traficante colombiano
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Portal Imprensa - Em São Paulo no último final de semana como palestrante em um evento da ONG Turma do Bem, o filho do traficante colombiano Pablo Escobar, Sebastián Marroquín, disse em entrevista à Folha de S.Paulo considerar um "insulto" a forma como a história de sua família é abordada na série "Narcos", da Netflix.
Na conversa, Marroquín acusou José Padilha – produtor-executivo e diretor de "Narcos" – e a Netflix de terem cometido "delito" ao usarem a imagem de sua família sem consentimento. Ele, inclusive, chegou a comentar sobre ter se oferecido para ser consultor da série.
"Os diretores falam que é liberdade poética quando são criticados. Mas quando se fala sobre o seriado, dizem que é a história é verdadeira. Se você ler as letras pequenas, dizem que é tudo parecido com a realidade e casualidade. Eu desconfiaria muito de uma série que disse ser a verdade histórica, mas nunca se interessou em falar com a família do protagonista. Queria saber do senhor Padilha como ele reagiria se eu escrevesse uma história da vida dele sem que soubesse?", comentou Marroquín.
O filho de Escobar ainda afirmou que a série peca ao relatar o narcotraficante como "o único responsável por tudo o que aconteceu". "É um insulto à história da Colômbia, à memória do meu pai e à de milhares de vítimas que perderam a vida dentro dessa história. É uma maneira muito horrorosa de representar meu pai como o único responsável por tudo o que aconteceu. Omite fatos históricos que não deveria, sobretudo quando se apresenta ao público uma história supostamente verdadeira", concluiu.
O outro lado
Procurado pela Folha, Padilha rebateu as declarações de Marroquín. "Pablo foi representado por muitas pessoas em muitos livros e filmes, às vezes de maneira heroica, como fez seu primo, Roberto Escobar. Por que será que este senhor ficou chateado só agora? Por que não saiu batendo no que narrou o seu tio, que vivenciou a vida criminosa de Pablo diretamente? Pode ser que este senhor seja mais um especialista em Pablo Escobar, mas será que é especialista em ética?".
O cineasta ainda ressaltou os direitos da Netflix em relatar a história do narcotraficante. "A Netflix tem todo o direito de contar a história de Pablo como bem entender e de explorar comercialmente a sua narrativa, como qualquer escritor e cineasta têm, posto que Pablo Escobar é uma figura pública. E tem também o direito de contratar os consultores que preferir, segundo a sua avaliação, assim como este senhor tem o direito de ficar chateado por não ter sido contratado", concluiu.
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