Encontro reúne escritores e xilógrafos em Brasília

Eles participam do 2º Encontro Nordestino de Cordel, no Centro Cultural da Caixa, para promover o reconhecimento da literatura popular, criar um sindicato para os poetas populares e discutir a realização da primeira bienal sobre o tema

Encontro reúne escritores e xilógrafos em Brasília
Encontro reúne escritores e xilógrafos em Brasília (Foto: Jose Cruz/ABr)


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Da Agência Brasil

Brasília – Escritores e xilógrafos participam do 2º Encontro Nordestino de Cordel, no Centro Cultural da Caixa. Os principais objetivos do evento são o reconhecimento da literatura popular, criar um sindicato para os poetas populares e discutir a realização da primeira bienal sobre o tema. Hoje (15), último dia do encontro, haverá debates e oficinas de escrita e xilogravura (técnica de reprodução de uma imagem na madeira).

Para o cordelista e criador do projeto cordel em sala de aula, Arievaldo Viana Lima, a ideia é dar andamento a vários projetos discutidos no primeiro encontro, como a criação do sindicato. "O que nós queremos é reconhecimento do cordel como uma vertente literária e não como uma peça folclórica".

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Lima destacou ainda a contribuição cultural do cordel na Região Nordeste. "Oitenta por cento da população nordestina são consideradas analfabetas, entretanto, se produziam 100 mil exemplares de folhetos [de cordel] e eles se esgotavam em seis meses. Como uma população tida como analfabeta consumia 100 mil exemplares de uma obra? A população buscava uma forma de se informar, de se autoalfabetizar".

Antônio Francisco Teixeira de Melo, de 64 anos, escreve e recita versos há 19 anos. Aprendeu a ler com o cordel que o pai sempre comprava. Escreveu seu primeiro cordel por brincadeira e desde então não parou, já publicou seis contos. "Eu escrevo para fazer um mundo menos ruim". Para ele, o cordel "é escrever e meditar". "O cordel é ver as coisas que a gente não consegue vê com os olhos, ele é como uma luneta. É também a identidade do nordestino".

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O xilógrafo e presidente da Associação dos Gravadores do Cariri no Ceará, José Lourenço Gonzaga, trabalha com a xilogravura de cordel há 30 anos. Ele conta que a técnica chegou ao estado por meio de um dos maiores incentivadores do cordel no Ceará, José Bernardo.  "O processo dessa técnica requer a arte de esboço do desenho, de retalhamento e de impressão da gravura".

Gonzaga conta que não existem cursos específicos que ensinam a técnica em oficinas. "Tivemos uma oficina na Bienal do Livro aqui em Brasília no ano passado e já fomos convidados para ministrar oficinas de xilogravura na próxima Bienal do Livro, que ocorrerá aqui em 2014".

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Formado em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), Valdério Costa trabalha há 20 anos com a xilogravura, técnica que aprendeu na infância.  Em sala de aula, Costa ensina a técnica com foco no resgate da cultura popular brasileira. "Talvez a cultura popular não seja tão veiculada na mídia, mas é uma coisa que representa a tradição do nosso Nordeste. E quando se tem uma formação acadêmica, é imprescindível mantê-la".

Edição: Carolina Pimentel

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