'É alarmante a situação do Brasil, país fundamental para a América Latina'

Cineasta chileno Patricio Guzmán explica como o fim da memória sobre a ditadura influencia nas políticas atuais

Cineasta chileno Patricio Guzmán explica como o fim da memória sobre a ditadura influencia nas políticas atuais
Cineasta chileno Patricio Guzmán explica como o fim da memória sobre a ditadura influencia nas políticas atuais (Foto: Leonardo Attuch)


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Da Rede Brasil Atual

Os filmes do cineasta chileno Patricio Guzmán falam sobre a ditadura chilena, mas dialogam com o momento atual do Brasil. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, ele conta que, mesmo acompanhando da França, vê a situação política brasileira de forma preocupante. "Parece alarmante o que vem acontecendo, cada vez que aparece no noticiário, parece algo complicado e difícil. Há problemas difíceis e tem uma incerteza que os meios transmitem. O Brasil é um país fundamental na América Latina", afirma.

Em outubro, o Instituto Vladimir Herzog promoveu a mostra de cinema “Paixão de Memória”, no Cine Caixa Belas Artes, com a exibição de 11 filmes do cineasta, na qual ele também ministrou um workshop. Para Guzmán, a experiência em solo tupiniquim foi agradável. "Quando fazemos um seminário transmitimos um pouco a nossa visão de futuro, de América Latina, de audiovisual. É muito agradável fazer aqui neste país, as pessoas não são só mais receptivas como desejam mais conteúdo", contou.

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Reconhecido como um dos maiores documentaristas da América Latina, Guzmán também narra em seus filmes a maneira em que a imprensa local firmava compromissos com os poderosos chilenos. Ele lamenta que não houve uma reparação, o que dificulta consolidar avanços no país.

"A memória se perdeu, a educação não fala da memória como deveria. Há problemas graves em saúde e educação que não foram resolvidos. Em Santiago, a empresa privada avança, mas, no resto do país, a pobreza é enorme, com a falta de recursos e de educação. Quando você olha para o Chile de forma macro é uma coisa boa, mas ao olhar para a periferia você vê que é um país sem recursos, solitário", explica Guzmán.

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Outro retrocesso em território chileno que ele vê é a aniquilação dos povos originários. "Há culturas indígenas inteiras que desaparecem no sul do Chile. Na parte do extremo-sul há seis culturas aniquiladas. Não são um grupo cômodo para o governo chileno, não sabem o que fazer com eles. No norte também há grupos indígenas indignados, mas pouco a pouco devem se sair bem, pois são resistentes", diz.

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