Documentário “Piripkura” é premiado no Festival Internacional de Amsterdã
O documentário brasileiro "Piripkura" ganhou o Prêmio Direitos Humanos de Amsterdã no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) deste ano; o filme conta a história dos dois últimos remanescentes da tribo amazônica Piripkura; "O congresso brasileiro nunca foi tão conservador em sua história, e a bancada do agronegócio está mais forte do que nunca. O governo impôs cortes significativos ao orçamento da FUNAI. Uma das consequências é que as invasões contra terras indígenas aumentaram", para diz Mariana Oliva, produtora executiva do filme
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247 - O documentário brasileiro "Piripkura" ganhou o Prêmio Direitos Humanos de Amsterdã no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) deste ano. Reconhecimento para uma história crítica sobre sobre indígenas da Amazônia, o filme recebeu um prêmio de R$ 95 mil. "Com esta história pungente e excepcional, os cineastas abordam uma série de importantes questões na agenda internacional de direitos humanos. A qualidade fílmica deste documentário não nos deixou outra escolha a não ser agraciar com o Prêmio Direitos Humanos de Amsterdã a "Piripkura", disseram os jurados do festival.
"Piripkura", é um documentário etnográfico moderno, distinto dos seus antecessores acadêmicos. O cinema etnográfico começou com intenções educacionais, como uma tentativa de mostrar ao mundo algo que nunca tinha visto. Talvez ele diga algo sobre o mundo moderno, uma forma de preservação histórica.
O filme mostra Jair Candor, funcionário da agência de assuntos indígenas do Brasil, FUNAI, ao se aventurar em uma das terras indígenas da Amazônia, Piripkura. Apenas três membros da tribo Piripkura ainda estão vivos hoje, e apenas dois em sua terra natal. A terceira, Rita, foi forçada a fugir das terras quando as empresas madeireiras enviaram mercenários para matar as tribos e, assim, acabar com as proteções governamentais da área.
Rita acompanha Candor em suas visitas iniciais para confirmar a existência de Pakyî e Tamandua, os últimos Piripkura restantes, um empreendimento que deve ser feito para manter a proteção dessas áreas. Além dos perigos inerentes de viver na Amazônia, os cortes de orçamento das agências de ajuda são ameaças constantes para os dois indígenas.
Para Mariana Oliva, diretora do filme, "O congresso brasileiro nunca foi tão conservador em sua história, e a bancada do agronegócio está mais forte do que nunca. O governo impôs cortes significativos ao orçamento da FUNAI. Uma das consequências é que as invasões contra terras indígenas aumentaram". Mariana conta que a ideia é exibir o documentário também em cinemas do Brasil: "Estamos pensando em uma campanha para causar impacto", diz a diretora. Outra possibilidade é exibir o filme nos EUA e em cinemas comunitários aqui no Brasil.
"Estamos conversando com referências nacionais e internacionais da área ambiental como o Greenpeace, APIB, ISA (Instituto Socioambiental) e CTI para usar o filme como uma ferramenta de campanha para mostrar a importância da proteção de áreas indígenas". Mais informações e maneiras de ajudar podem ser encontradas em: https://www.survivalinternational.org/about/funai.
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