Diretor de Aquarius diz que derrota ‘está em sintonia com política do Brasil’
Pelo Facebook, o cineasta Kléber Mendonça Filho comentou a decisão da comissão que escolheu o filme brasileiro "Pequeno segredo" para tentar concorrer ao Oscar; para o diretor de Aquarius, que também concorria e foi criticado por um dos integrantes da comissão pelo protesto do elenco contra o golpe em Cannes, "é bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada"
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247 – O diretor do filme Aquarius, Kléber Mendonça Filho, acredita que a escolha pelo filme "Pequeno segredo" para representar o Brasil na disputa pelo Oscar deve estar "em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada".
Ele fez o comentário pelo Facebook, do Festival de Toronto, onde está com a atriz Sonia Braga, protagonista do filme. A polêmica em torno da escolha se deve ao fato de Aquarius ter sido criticado por um dos integrantes da comissão antes mesmo da escolha, pelo fato de o elenco ter protestado contra o golpe no Festival de Cannes.
Além disso, o Ministério da Justiça, já sob a presidência de Michel Temer, aplicou classificação indicativa de 18 anos para o filme, o que foi recebido como censura por parte do governo. O governo recuou dias depois, alterando a classificação para 16 anos. Leia abaixo o texto publicado pelo cineasta:
Soube aqui no Festival de Toronto da decisão via Ministério da Cultura de não indicar "Aquarius" como candidato brasileiro ao Oscar. Estou numa tarde de entrevistas e já vendo o tipo de reação que tem surgido na imprensa e redes sociais. É bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada. Para além de decisões institucionais via Governo Brasileiro, "Aquarius" tem conquistado internacionalmente um tipo raro de prestígio, e isso inclui distribuição comercial em mais de 60 países enquanto já se aproxima dos 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros, com um tipo de impacto popular também raro. Mais ainda, é um filme que já faz parte da cultura e desse tempo, num ano difícil no nosso país. No final das contas, "Aquarius" é um filme sobre o Brasil, que está no filme da maneira mais honesta possível. Talvez seja exatamente esta honestidade que tenha feito de "Aquarius" um filme forte como agente cultural, social e produto da nossa indústria do entretenimento. Sonia está aqui do lado, poderosa como Clara. Ela manda beijos!
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