Comédia “Um amor a cada esquina” é o equilíbrio perfeito de Bogdanovich

Em "Um amor a cada esquina" (She's Funny That Way), o diretor Peter Bogdanovich (de "A Última Sessão de Cinema"), após 12 anos longe das câmeras, encontra o equilíbrio perfeito, arrancando risos com bons recursos de "gags" e, a partir do absurdo que permeia as relações sociais, ou em instantes em que vida e arte se misturam, com surreal e real sendo uma única representação; filme estreia nesta quinta-feira 15 nos cinemas brasileiros

Em "Um amor a cada esquina" (She's Funny That Way), o diretor Peter Bogdanovich (de "A Última Sessão de Cinema"), após 12 anos longe das câmeras, encontra o equilíbrio perfeito, arrancando risos com bons recursos de "gags" e, a partir do absurdo que permeia as relações sociais, ou em instantes em que vida e arte se misturam, com surreal e real sendo uma única representação; filme estreia nesta quinta-feira 15 nos cinemas brasileiros
Em "Um amor a cada esquina" (She's Funny That Way), o diretor Peter Bogdanovich (de "A Última Sessão de Cinema"), após 12 anos longe das câmeras, encontra o equilíbrio perfeito, arrancando risos com bons recursos de "gags" e, a partir do absurdo que permeia as relações sociais, ou em instantes em que vida e arte se misturam, com surreal e real sendo uma única representação; filme estreia nesta quinta-feira 15 nos cinemas brasileiros (Foto: Gisele Federicce)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Ricardo Flaitt, Alemão - Uma das mais antigas e polêmicas discussões do campo cultural se estabelece quando se procura determinar o limiar entre a vida e a arte. Cinema e teatro, então, impõem-nos com força outra questão: até que ponto não somos atores no mundo real?

Em "Um amor a cada esquina" (She's Funny That Way), o diretor Peter Bogdanovich (de "A Última Sessão de Cinema"), após 12 anos longe das câmeras, encontra o equilíbrio perfeito, arrancando risos com bons recursos de "gags" e, a partir do absurdo que permeia as relações sociais, ou em instantes em que vida e arte se misturam, com surreal e real sendo uma única representação.

No filme de Bogdanovich, a personagem Isabella "Izzy" Patterson (Imogen Poots) é uma jovem que mora com os pais e, sob o pretexto de realizar testes como atriz, ganha a vida prostituindo-se.

continua após o anúncio

Sua realidade mudará quando o diretor teatral Arnold Albertson (Owen Wilson) liga para um serviço de acompanhantes e contrata Isabella. Depois de uma noite intensa, ela confessa o desejo de se tornar atriz. Diante disso, Arnold, resolve lhe dar U$$ 30 mil para que deixe a prostituição e parta em busca de realizar seu sonho.

Com o sonho e o dinheiro nas mãos, Isa descobre uma audição para uma peça de teatro. E eis que nesse momento acontecem as grandes viradas na vida de Isa e na trama do filme, mostrando a genialidade de Bogdanovich e que "Um amor a cada esquina" não é uma simples comédia passatempo, fútil.

continua após o anúncio

Quando sobe ao palco do teatro para fazer o teste, Isa se depara com o diretor Arnold, com quem passara a noite e a "financiara" para ser atriz. Como não bastasse o reencontro, Isa realiza o teste contracenando com a esposa de Arnold, Delta Simmons (Kathryn Hahn).

Ponto de encontro entre a vida e a arte, Isa vai muito bem no teste para fazer o papel de prostituta. As relações também se misturam entre o fictício e real, pois Delta (esposa de Arnold) já tivera um caso com o galã canastrão Seth Gilbert, interpretado por Rhys Ifans, que sabe do caso extraconjugal do diretor.

continua após o anúncio

O imbróglio entre a vida e a arte potencializa-se, palco e realidade viram só cena, com as relações dentro e fora da peça com o envolvimento entre o produtor Joshua Fleet (Will Forte), a psiquiatra Jane Claremont (Jennifer Aniston), o juiz Pendergast (Austin Pendleton), que é obcecado por Isa, formando assim uma grande ciranda de relacionamentos que se entrelaçam, despertam o riso e nos coloca a pensar sobre os relacionamentos contemporâneos.

Vale menção à atuação de Jennifer Aniston, que interpreta a psiquiatra neurótica. Em muitos momentos destaca-se na tela, com interferências magistrais em sua personagem que se propõe a analisar os problemas dos outros, mas que vive imersa nos seus. Essa dualidade desencadeia risos.

continua após o anúncio

Vida e arte se confundem, ou melhor, fundem-se em "Um amor a cada esquina". Magnífico filme, muito bem amarrado em seu roteiro e com grandes atuações. E sendo sobretudo uma comédia, narra com humor inteligente, relembrando os bons tempos da doce-acidez de Woody Allen. Imperdível.

FICHA TÉCNICA
Título: Um amor em cada esquina
Título Original: She's Funny That Way
Direção: Peter Bogdanovich
Roteiro: Peter Bogdanovich, Louise Stratten
Elenco: Jennifer Aniston, Owen Wilson, Imogen Poots
Distribuição: Mares Filmes
Duração: 93 minutos

continua após o anúncio

Trailer:

 

continua após o anúncio

Ricardo Flaitt, Alemão, é jornalista (MTb 40.939), estudante de História, assessor de imprensa do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, colunista de cinema nos sites Cinezen Cultural (Santos-SP), Brasil 247 e da Central Força Sindical. Autor do livro "O Domesticador de Silêncios", lançado pela editora Centro de Memória Sindical. Contato: flaitt.ricardo@gmail.com

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247