Começa hoje o Festival de Cinema de Brasília

Sem a exigncia de ineditismo para competir, tradicional mostra brasileira entra em sua 44 edio com uma nova categoria, a de curtas; prmio Candango ser disputado por seis longa-metragens. Confira alguns trailers



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Lúcio Flávio_especial para o Brasília247 – Governo novo, cara nova. Assim será a 44ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Começa hoje, com a exibição, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, do documentário Rock Brasília – Era de Ouro, de Vladimir Carvalho. O diretor paraibano de filmes premiados como O País de São Saruê e O Engenho de Zé Lins volta a participar do evento depois de cinco anos. "É uma responsabilidade enorme, será uma prova de fogo", afirma.

As mudanças do mais importante e emblemático festival de cinema do País são grandes e muitas. A principal é referente à data, antecipada em dois meses. A outra é a perda do ineditismo, condição obrigatória até o ano passado para que um filme fosse inscrito na mostra. Ou seja, só eram dignas de disputar o troféu Candango aquelas produções nunca exibidas ou premiadas em outro festival. "Queremos imprimir a marca da gestão que se inicia", defende o secretário de Cultura, Hamilton Pereira.

Outra novidade é a criação da categoria melhor curta-metragem de animação, reivindicação que resultou em calorosas discussões nas gestões passadas, mas que nunca havia saído do papel. Agora, além dos 12 curtas-metragens de 35 mm, 12 trabalhos de animação disputam o prêmio de R$ 20 mil para o Melhor Filme do Júri e Filme Popular.

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 Uma importante alteração do festival, que faz parceria com a Mostra Brasília, há algum tempo na programação do evento, são as mostras paralelas de filmes que vão privilegiar os cineastas estreantes e as produções recentes do cinema brasileiro. São filmes como Léo e Bia, do cantor e compositor Oswaldo Montenegro, e A Cidade é uma só?, do brasiliense Adirley Queirós, ambos exibidos na mostra Primeiros Filmes. Longas como Uma Professora muito Maluquinha, de André Alves Pinto e César Rodrigues, e o já citado Rock Brasília – Era de Ouro são destaques da Mostra Panorama Brasil. "O objetivo é descentralizar, aproximar a imagem que o País produz de si mesmo e oferecê-la aos olhos dos espectadores", explica Hamilton Pereira.

Para o jornalista, crítico e professor de Cinema Sérgio Moriconi, um dos integrantes da comissão que formatou, ao longo de três meses, as novidades do festival, as mudanças vão sacudir a grande festa do cinema. "Já fazia algum tempo que o festival estava decadente no que diz respeito ao conceito", avalia, com a autoridade de quem acompanha o evento desde 1971. "Isso se deu por vários motivos, um deles o enorme número de festivais que surgiram de uns tempos para cá. Até pela importância do evento no calendário da cidade, é preciso recuperar esse conceito que era marca registrada do festival nos anos 60 e 70."

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Também integrante da comissão que escolheu os seis filmes da mostra competitiva, Moriconi enfatiza que os eventos paralelos abrirão oportunidades para a produção cinematográfica nacional. "Vão valorizar grandes nomes do cinema brasileiro e filmes que não entram no circuito comercial", observa. "O projeto novo do festival só será estabelecido, de fato, no ano que vem, quando se atingir certo grau de amadurecimento."

Para a competição deste ano, foram inscritos 624 filmes, 110 deles longas-metragens, dos quais 56 são inéditos nos cinemas do País. A quantidade expressiva de inscritos se deve ao novo formato, sem a exigência de apenas filmes em película. A novidade permitiu que produções em digital entrassem no evento. Para se ter ideia do impacto da mudança, mais de 50% dos filmes da mostra competitiva não são em película. "Ficou muita coisa boa e interessante de fora, sobretudo documentários, gênero com que o cinema brasileiro tem se identificado cada vez mais", comenta Moriconi.

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Diante da demanda, não seria estranho se, nas próximas edições, fosse criada uma mostra competitiva só para documentários. Seria mais uma revolução no festival que carrega no gene a marca da vanguarda.

Os filmes

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Um dos grandes nomes do cinema independente, o baiano Edgar Navarro volta ao evento depois de cinco anos. A última vez foi em 2006, com o felliniano Eu me Lembro, vencedor da competição. Agora ele está no páreo com o alegórico O homem que não Dormia.

Os dramas e fantasmas da ditadura militar norteiam a narrativa de Hoje, filme de Tata Amaral que traz no elenco a atriz Denise Fraga. Em Meu País, os irmãos Marcos (Rodrigo Santoro) e Tiago (Cauã Reymond) entram em conflito familiar, quando o primeiro volta da Itália, onde vive, e descobre que tem uma irmã portadora de deficiência intelectual.

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A dupla Juliana Rojas e Marco Dutra estreia na direção de longas-metragens com o suspense Trabalhar Cansa. Na trama, a jovem dona de casa Helena (Helena Albergaria) realiza o sonho antigo de abrir seu primeiro empreendimento, mas surpresas desagradáveis do cotidiano ameaçam os negócios. 

Mantendo a tradição da festa do cinema na capital, dois documentários são destaque da mostra competitiva: As Hiper Mulheres e Vou Rifar meu Coração. O primeiro, um "dodrama" que investiga o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT). O segundo, o universo da música brega no Brasil. Os brasilienses marcam presença nas duas mostras de curtas com os filmes Um Pouco de Dois, Imperfeito e a animação Ciclo. Sérgio Moriconi avalia a seleção da mostra competitiva da 44ª edição do festival. "Não é a mostra competitiva dos sonhos, mas tem filmes fortes", destaca.

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Veja a programação do evento em www.festbrasilia.com.br.

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