Brasileira pelada deixa gringo boquiaberto

Alvo do novo documentarista Morgan Spurlock (Super Size Me) é o ponto de saturação a que chegou o mercado publicitário nos EUA. Para conhecer o "outro lado", ele vai a São Paulo ter uma aula com Kassab



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Também não é assim como diz Larry Rother em Deu no New York Times: “Por que Machado de Assis não é lido de forma tão ampla como Balzac ou Flaubert? Por que Guimarães Rosa não é tão conhecido como James Joyce? Por que as peças de Nelson Rodrigues não são encenadas com tanta frequência quanto as de Eugene O`neill ou Tennessee Willians?” Mas até que dá um orgulho besta quando o Impávido Colosso faz bonito no mundo.

É o que se constata aos 50 minutos de The Greatest Movie Ever Sold (2011) do documentarista Morgan Spurlock, que já havia pegado no pé do McDonald's ao ironizar a indústria do fast-food em Super Size Me (2004). O alvo agora é o ponto de saturação a que chegou o mercado publicitário nos Estados Unidos, onde as propagandas costumam ocupar cada centímetro do campo visual do infeliz que tem a idéia extravagante de andar na rua.

Nesse exercício de metalinguagem, Spurlock vai atrás de empresas que financiem o seu filme, além de conversar com sumidades como o sabe-tudo Noan Chomsky e o cineasta Quentin Tarantino sobre os malefícios do excesso de publicidade na cultura norte-americana. Afim de conhecer o “outro lado”, vai até São Paulo e tem uma aula de cidadania com Gilberto Kassab, que é cheio de ideias temerárias, mas que teve esse lampejo de clarividência ao passar a Lei da Cidade Limpa em 2007.

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Spurlock fica acachapado com o que vê, e curiosamente nem a imprensa ufanista nem os próprios kassabistas entoaram as devidas loas a esse golaço, e poucos textos na internet amplificaram o fato. Mas repito: o Brasil fez bonito no mundo e o filme, que passou no Festival de Sundance, lavou mais uma vez o “complexo de vira-lata” do brasileiro ao mostrar que podemos ser mais civilizados que muitos lugares do mundo.

Andando pelas ruas da maior cidade da America Latina, o documentarista se maravilha com a metrópole pelada: as fachadas dos prédios: nuas. Vãos e pontes: só a cor do concreto. Ocasionalmente, em um ou outro muro, grafites. Diz ele: “Não há anúncios nos taxis, nos ônibus, nos prédios. É incrível.” Os entrevistados confirmam: “Só agora é possível ver a cidade.”

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A Lei da Cidade Limpa nada mais é do que uma migalha de cidadania num lugar com tantos problemas como São Paulo. Uma cidade coberta de cartazes e banners não passa de uma cidade barata. Dá a impressão de vender-se a qualquer preço e esmaga o pobre do cidadão, que por acaso é quem está ali circulando e vivendo.

Parece evidente que a publicidade virtual também deve ser restringida, pois navegar com mil quadradinhos pulando é navegar sem qualidade. Pra ter uma política de vanguarda também na internet, os legisladores brasileiros deveriam proibir, por exemplo, o pré-video publicitário que passa antes do vídeo que de fato você clicou pra ver no Youtube ou qualquer outra plataforma. Eis uma pequena vitória simbólica contra a mercantilização grosseira dos espaços.

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Ia ser o futuro.

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