Ben Stiller não é Tom Cruise
Dois filmes interessantes esto em cartaz: Protocolo Fantasma, o quarto da srie Misso Impossvel, entrega ao pblico o que dele se espera e at um pouco mais; Roubo nas Alturas fica devendo
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247 – Os movimentos são praticamente idênticos. Ben Stiller, quando corre pelas ruas de Nova York no filme “Roubo nas Alturas”, se move numa velocidade estonteante, de maneira quase robótica. Parece até um personagem de videogame. Tom Cruise faz o mesmo numa perseguição em Dubai, em “Protocolo Fantasma”, o quarto filme da série Missão Impossível. Em outra cena de ação, Ben Stiller escala “A torre”, o prédio mais alto de Nova York. Tom Cruise faz o mesmo no Burj Dubai, o prédio mais alto do mundo. Essas são apenas algumas das semelhanças de dois filmes em cartaz nos cinemas das principais cidades do País. Tem-se a impressão de que Ben Stiller, conhecido do público por papéis cômicos em filmes como “Starsky & Hutch”, “Quero ficar com Polly” e “Uma noite no Museu”, tentava realizar um sonho de infância: o de ser Tom Cruise, ás de Missão Impossível.
Infelizmente, o ator ficou devendo. Stiller é escravo da face engraçada que deus lhe deu. E quem vai ao cinema ver seus filmes, espera riso, não aventura. “Roubo nas alturas” é um filme que poderia até ser chamado de “Quase”. É quase uma comédia, contando com o auxílio luxuoso de Eddie Murphy, mas não é. É quase um filme de ação, mas também não é, pois seus atores não convencem nas cenas mais intensas. É quase um filme político, pois o vilão se assemelha ao financista Bernard Maddoff, mas esse aspecto do filme é pouco explorado. E é também quase um romance, pois muitos ficam esperando um encontro tórrido entre o herói Stiller e a sedutora policial Téa Leoni, do FBI, que não acontece. O filme deixa um quê de frustração.
Totalmente diferente, é “Protocolo Fantasma”, o quarto e o melhor da série Missão Impossível, franquia que pertence a Tom Cruise e que, até o fim de semana do Natal, já havia arrecadado quase US$ 80 milhões. O filme entrega exatamente aquilo que dele se espera: ação, adrenalina e até humor. Embora o fim seja previsível como em todos os filmes de aventura – sabe-se desde o início que Tom Cruise conseguirá salvar o mundo de uma tragédia nuclear desde o início –, o filme consegue prender a atenção do cinéfilo do início ao fim, graças a um bom roteiro e a uma sucessão de paisagens estonteantes. “Protocolo Fantasma” teve cenas gravadas em Moscou, na Rússia, Dubai, nos Emirados Árabes, Mumbai, na Índia, e Seattle, nos Estados Unidos. Começa com uma explosão no Kremlin e termina com um míssil nuclear sendo abortado pouco antes de devastar a costa leste norte-americana.
É uma história ridícula, completamente inverossímil e que nos faz até rir. Um Tom Cruise mais maduro sabe disso e parece se divertir com o absurdo daquela história. No fundo, ele até consegui ser Bem Stiller. Este é que não conseguiu ser Tom Cruise, no seu “Roubo nas Alturas”.
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