Arte em pixels

A tecnologia est a servio da criao artstica e da interatividade com o pblico em mostra focada na cultura digital recm aberta em So Paulo



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Natália Rangel_247 – Os três andares do espaço de exposição do Itaú Cultural, em São Paulo, estão preparados para proporcionar aos seus visitantes experiências surreais. Nesta quinta-feira 30 foi aberta a mostra “Rumos Arte Cibernética”, evento que reúne obras criadas a partir de gadgets e tecnologias digitais que estabelecem interação com o espectador. Entre as atrações estão gestos humanos que se transformam em música, robôs que recitam peças de Shakespeare e corpos reais digitalizados em uma pista de dança. Todos os trabalhos foram selecionados em programa de incentivo à produção e à pesquisa nesse gênero de arte. Um dos trabalhos é exibido em uma praça próxima ao instituto – trata-se de um game jogado em tempo real ao ar livre e chama-se Campo Minado, um “game-performance”, idealizado pelo paulistano Cláudio Bueno, para ser jogado com smartphones em ambientes públicos.

O jogador caminha sobre uma região predeterminada, do ponto A ao ponto B, tomando decisões de direção que não passem sobre as minas. A peculiaridade de todas as peças reunidas nesta exposição é possibilitar ao visitante interagir com cada uma das instalações e observar os seus instantâneos efeitos visuais, sonoros e plásticos. Em uma instalação, é criada uma ambientação de Mata Atlântica, há corpos fragmentados em scanner e cenários apocalípticos, sempre dentro do conceito deste gênero: em que a tecnologia está a serviço da arte. Segundo Marcos Cuzziol, gerente do Itaulab – Núcleo de Arte Cibernética do Itaú Cultural – cibernética é um termo usado para descrever a arte relacionada com tecnologias surgidas a partir da segunda metade do século XX. “Entretanto, o conceito de arte cibernética é significativamente mais restrito, pois a poética de tais trabalhos está fundamentada na interação contínua”, diz ele.

(com informações da assessoria do Itaú Cultural)

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Confira o que está exposto no Itaú Cultural:

Hamlet, do paulistano Alexandre da Silva Simões é um robô humanoide, de 1m80 de altura, capaz de interpretar e declamar monólogos da peça Hamlet. As frases do clássico de William Shakespeare são disparadas quando o público manipula elementos de cena, como espadas e cálices. Ainda entre os robôs, está o Amigóide, Autômato em Busca de Amizade projeto do coletivo ++CAYCE POLLARD coletivodeartecomputacional (www.caycepollard.com.br), formado por Nicolau Centola e Fabrizio Augusto Poltronieri. Como o nome sugere, trata-se de um autômato cilíndrico em busca de amigos entre os humanos. Quando ele decide com quem quer se relacionar passa a segui-lo, emitindo sinais visuais e sonoros e perguntando: "Você quer ser meu amigo?”.

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Nessa mostra também se pode dançar e viajar entre sons gerados por máquinas. A pista de dança interativa, Idance, do curitibano Leandro Trindade, traz uma sequência de efeitos, formas e cores que são alteradas por meio de um software desenvolvido pelo artista, webcams modificadas, datashows de curto disparo e iluminadores infravermelhos. Com certeza o visitante nunca mais vai esquecer sua performance nesse espaço.

A instalação multimídia RePartitura, da paulistana Maria Shellard, realizada em conjunto com o pesquisador e músico José Fornari, conhecido como Tuti, é essencialmente sonora. Ela é composta de desenhos gestuais mapeados e convertidos em paisagens musicais. Cerca de 300 desenhos foram convertidos em informação numérica por meio de algoritmos evolutivos e implementados em plataforma Pure Data.

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Outra instalação, chamada Reações Visuais, de autoria do mineiro Leandro Araújo, transforma sons em imagens de vegetação. Por meio de um software de análise espectral sonora, transforma ruídos da cidade em imagens digitais da Mata Atlântica. Tecnicamente, são ondas sonoras captadas e representadas visualmente por diferentes métodos, como uma operação matemática que decompõe o sinal das frequências que a constituem.

Márcio Ambrósio, mais um paulistano, apresenta 12i - A Roda da Vida, uma instalação interativa que faz uma releitura moderna do zootrópio, aparelho criado no século 19 pelo matemático inglês William Horner. Trata-se de um tambor giratório que, ao rodar, cria a ilusão de movimento das figuras presentes no seu interior. Na obra, o visitante cria uma sequência com 12 imagens e um programa a transforma em uma animação, podendo escolher temas de fundo.

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New(s)Wor(l)d, de Ricardo Nascimento (SP), se vale da tecnologia de agregadores de conteúdo na Web para a criação de uma peça multimídia composta de software e instalação física onde as notícias produzidas por diferentes veículos de comunicação retratam subjetivamente um cenário imaginário, digital e caótico do mundo. Selecionado pelo Rumos em 2006, esse trabalho foi exibido em 2008 na Espanha na exposição ARTECH Media Cordoba 0.8. e, em 2009, na Pixilerations [v.6], Providence, EUA.

Corpo Digitalizado, obra criada pela carioca Juliana Cerqueira, e também selecionada em 2006, discute o limiar entre o real e o virtual, e os limites entre o corpo e a máquina. Trata-se de uma instalação em que o corpo do participante é scanneado em partes em uma cabine e, os fragmentos, quando juntados, são projetados no ambiente contíguo.

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Em Tijolo Esperto, de Breno Guimarães Rocha, nascido em Taguatinga (DF), uma matriz luminosa constituída por placas de LEDs, confeccionadas artesanalmente, apresenta imagens que expõem e criticam a natureza do meio digital.

Seminário

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Em paralelo à exposição, o instituto realiza, de 30 de junho a 2 de julho, o Simpósio – Rumos Arte Cibernética. Ele se inspira nas dissertações e teses acadêmicas em produção e vinculadas a uma universidade selecionadas na carteira Apoio à Pesquisa Acadêmica do programa Rumos Arte Cibernética. A qualidade dos trabalhos motivou a criação desse evento especialmente formatado para a divulgação dos mesmos, tanto para o público acadêmico, como para interessados na chamada cultura digital. Ele conta com a participação de todos os pesquisadores das duas últimas edições de Rumos Arte Cibernética (2006 e 2009).

SERVIÇO

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Rumos Arte Cibernética

Dia 29 de junho (abertura para convidados)

Aberto para visitação de 30 de junho a 4 de setembro

De terça a sexta, das 9h às 20h

Sábs. doms. e feriados, das 11h às 20h

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