Após denúncias de perseguição, cineasta deixa comissão do Oscar
Produtor e cineasta mineiro Guilherme Fiúza Zenha anunciou que não irá mais integrar a comissão que escolherá o filme que irá representar o Brasil na premiação do Oscar de melhor filme estrangeiro; comissão vem sendo acusada de parcialidade e de ser contrária à candidatura do filme Aquarius, favorito à disputa do troféu norte-americano, mas que passou a ser perseguido depois que o elenco protestou contra o golpe no tapete vermelho do Festival de Cannes; dois cineastas retiraram seus filmes da disputa ao Oscar em solidariedade ao diretor de Aquarius
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247 - O produtor e cineasta mineiro Guilherme Fiúza Zenha anunciou que não faz mais parte da comissão que escolherá o filme brasileiro que irá representar o Brasil na premiação do Oscar de melhor filme estrangeiro. A saída vem na esteira da polêmica criada pela escolha dos integrantes da comissão que são, em sua maioria, contrários à candidatura do filme Aquarius, do cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho.
Kléber é um crítico ferrenho contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o governo interino de Michel Temer. O cineasta e o elenco do filme protestaram contra o golpe exibindo cartazes no tapete vermelho do festival de cinema de Cannes, um dos mais importantes do mundo. O ato ganhou capas de jornais internacionais.
A escolha da comissão, com um jurado francamente hostil ao cineasta, vem sendo fortemente contestada. Nesta quarta-feira (24), os cineastas Anna Muylaert e Gabriel Mascaro retiraram a indicação de seus filmes, Mãe Só Há Uma e Boi Neon, da disputa pela vaga no Oscar, em solidariedade ao colega pernambucano, cujo filme era o maior candidato.
Mascaro fala do seu "desconforto em participar de um processo seletivo de imparcialidade questionável". Já Ana Muylaert disse que "todo ano tem um concorrente natural. Como no ano passado era o meu, me inscrevi pois achei correto. Este ano o correto é o 'Aquarius'". Ela também destacou que a sua saída da corrida pela indicação foi em apoio a Kléber Mendonça Filho, que estaria enfrentando uma comissão parcial.
Nessa semana, o Ministério da Justiça classificou Aquarius como impróprio para menores de 18 anos, o que também foi visto no meio artístico e político como uma perseguição do governo Temer ao filme depois do protesto em Cannes.
PS: O 247 publicou inicialmente a foto incorreta do jornalista homônimo Guilherme Fiúza no lugar do cineasta mineiro. Pedimos desculpas pelo erro.
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