Amor por SP: Zé Celso travou uma batalha de 40 anos contra Silvio Santos em defesa do coletivo e do meio ambiente
Dramaturgo estava internado na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo desde a manhã de terça-feira (4), após sofrer queimaduras devido a um incêndio em seu apartamento
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247 - Durante mais de quatro décadas, Zé Celso, que morreu aos 86 anos de idade, na última quinta-feira (4), após ser vítima de um incêndio, e o empresário e apresentador Silvio Santos, de 92 anos, estiveram envolvidos em uma disputa em relação à área onde está localizado o Teatro Oficina, na cidade de São Paulo. Estabelecido em 1958, o teatro recebeu o status de patrimônio cultural pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) em 1981, devido à sua significância artística e cultural.
Sendo proprietário de um terreno adjacente ao teatro, situado no bairro do Bixiga, região central do município, desde o início da década de 1980, Silvio Santos tinha a intenção de construir um edifício para o Grupo Silvio Santos naquela área. No entanto, Zé Celso, argumentando que tal empreendimento prejudicaria o Teatro Oficina, recorreu à Justiça, e essa disputa persistiu ao longo de quatro décadas.
Reportagem do portal Quem relembra que, em agosto de 2017, Silvio Santos e José Celso Martinez Corrêa se reuniram com o então prefeito de São Paulo, João Dória, e o vereador Eduardo Suplicy, na tentativa de encontrar uma solução para o impasse. O Teatro Oficina divulgou um vídeo contendo imagens dessa reunião, o que aparentemente incomodou Silvio Santos. Ele decidiu resolver a questão exclusivamente por meio do sistema judicial, sem a participação de mediadores informais ou conciliadores.
Zé Celso lutava para preservar e concluir o projeto da renomada arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), o qual previa a criação de um parque cultural público ao redor do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, região central de São Paulo. Entre as décadas de 1980 e 1990, Lina realizou uma reforma no interior do teatro, fazendo com que ele fosse considerado o "teatro mais emocionante e intenso do mundo" pelo jornal inglês The Guardian.
Devido ao fato de Silvio Santos ter se tornado proprietário dos terrenos circundantes ao teatro para a construção de um empreendimento imobiliário, a realização do parque tornou-se inviável. Entre 1981 e 2017, o Condephaat vetou a construção ao redor do Teatro Oficina, porém, desde outubro de 2017, Silvio Santos conseguiu reverter essa decisão do conselho, e a disputa continuou no sistema judicial.
Em 2023, quando Zé Celso oficializou seu casamento com o ator e diretor Marcelo Drummond, ele teve a ideia de enviar um convite de casamento a Silvio Santos, solicitando o terreno ao redor do Teatro Oficina como presente de casamento.
Silvio, como proprietário do terreno adjacente ao Oficina, não chegou a um acordo com Zé Celso e recusou-se a ceder ou trocar o terreno para a construção do Parque do Bixiga.
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