Ai Weiwei livre
Autoridades libertam o artista e, em comunicado oficial, explicam que ele foi solto porque teve bom comportamento e confessou seus crimes
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247 - O artista chinês Ai Weiwei, 53 anos, foi libertado, sob fiança, nesta quarta-feira 22 pela polícia da China. Segundo comunicado, ele foi solto em decorrência de suas “doenças crônicas” (diabetes e hipertensão), pelo seu “bom comportamento e por ter confessado os seus delitos”. Preso no dia 3 de abril pelas autoridades chinesas por motivo nunca bem esclarecido, Weiwei estava, oficialmente, detido para prestar “esclarecimentos fiscais” à Justiça. Conhecido e respeitado como um dos proeminentes artistas plásticos contemporâneos, ele é também um influente ativista político e, ao se tornar famoso fora do seu país, estabeleceu uma relação cordial com o autoritário governo chinês por algum tempo. Em 2008, ele participou da elaboração do desenho do “Ninho de Pássaro”, o Estádio Nacional de Pequim que sediou os Jogos Olímpicos daquele ano.
O bom relacionamento terminou quando o artista elevou o tom das críticas ao governo, o que fez em uma entrevista ao New York Times há um ano, e a gota d'água para os oficiais chineses teria sido a defesa pública do ativista Liu Xiaobo, escritor e critico literário que ganhou o prêmio Nobel da Paz, em 2010, e está preso e condenado a 11 anos de prisão pela Justiça da China. No Brasil, a obra “Círculo de Animais/Cabeças do Zodíaco”, de Weiwei, participou da Bienal de São Paulo no ano passado. As esculturas retratam a cabeça de cada um dos 12 animais do Zodíaco e é uma referência à obra similar que decorava o jardim do Palácio Imperial de Pequim que foi destruído e saqueado por tropas britânicas e francesas em 1860 durante a II Guerra do Ópio. Atualmente, uma instalação de Weiwei está em exibição no museu de arte contemporânea Tate Modern, em Londres. O caso de Weiwei é emblemático do recrudescimento da repressão política no país. Nos últimos 15 meses, 40 cidadãos chineses foram detidos ou desapareceram, todos eles engajados em movimentos em defesa dos direitos humanos.
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