'A Última Estação' abre Festival e emociona plateia

Exibição do longa-metragem, produzido a partir de roteiro de Di Moretti, foi precedida por um clima de expectativa no Festival de Cinema de Brasília; a partir desta terça-feira, começam as mostras competitivas; na disputa, 30 filmes inéditos

'A Última Estação' abre Festival e emociona plateia
'A Última Estação' abre Festival e emociona plateia (Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/Agênci)


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Carolina Gonçalves, da Agência Brasil – Por mais de uma hora e meia, o filme A Última Estação, dirigido por Márcio Curi, emocionou e arrancou risadas do público convidado para a abertura da 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

A exibição do longa-metragem, produzido a partir de roteiro de Di Moretti, foi precedida por um clima de expectativa. A promessa do diretor, de apresentar uma história sensível e bem humorada sobre a trajetória dos imigrantes libaneses no Brasil, cumpriu-se na tela do Teatro Nacional. Minutos antes da sessão de abertura, o ator e diretor libanês Mounir Maasri, protagonista do filme no papel de Tarik, disse ao público que o longa retrata o verdadeiro resgate histórico da migração libanesa.

"Na televisão, essa história é contada em forma de caricatura. Nunca o audiovisual tratou a história da migração libanesa de maneira tão profunda", descreveu Maasri, lembrando que, atualmente, no Brasil, vivem mais libaneses do que no próprio Líbano.

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Ao descrever a atuação de Maasri, Márcio Curi disse que o ator libanês conseguiu superar o papel de protagonista e se tornar a "alma do filme". O diretor acrescentou que em 45 anos não tinha vivido uma emoção tão intensa. "Meu sonho é conseguir envolvê-los [o público]".

O longa-metragem foi visto por um público que, além das cadeiras dispostas no espaço, com capacidade para mais de 1,3 mil pessoas, ocupou os degraus das escadas da Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional, em cadeiras extras, até o fim da exibição.

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Baseada em narrativa rica em sensibilidade, poesia e humor, o longa-metragem conta a história de vida do libanês Tarik que, em meados dos anos 1950, vem para o Brasil ao lado do irmão mais novo, Karim. No navio em que fazem a trajetória, os dois iniciam amizade com outros meninos árabes e sírios. Quase meio século depois, Tarik decide cumprir algumas promessas e abandona tudo para atravessar o Brasil na companhia da filha Sâmia, em busca dos meninos que fizeram a travessia com ele 51 anos antes.

Além de resgatar uma história que esbarra na origem do próprio diretor, A Última Estação também marcou a estreia de profissionais como Krishna Schmidt, responsável pela fotografia do longa, e da atriz brasiliense Klarah Lobato, no papel de Sâmia.

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"Para mim é muito gratificante ter esta experiência. Sou estudante de teatro e este foi o meu primeiro longa", disse ela. Para a atriz, o filme pode impulsionar os atores da cidade. "Estou muito feliz por estar na abertura do Festival de Brasília. Estou feliz, inclusive, pela divulgação que os atores terão. Temos atores muito bons aqui", completou.

Começam mostras competitivas do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

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A partir desta terça-feira 18, 30 filmes inéditos disputam as atenções do público e dos jurados da 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. As mostras competitivas começam a ser exibidas às 19h na Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional, até o próximo dia 24.

A disputa pelo melhor longa-metragem documentário começa com Um Filme para Dirceu. Dirigido pela roteirista e documentarista Ana Johan, o filme conta a história de um gaiteiro que sonhava em viver da música e aos 17 anos ficou paraplégico. Ana Johan acompanhou a vida de Dirceu por três anos para concluir a obra.

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Na categoria longa-metragem de ficção, o diretor Marcelo Lordello abre a disputa com Eles Voltam, que relata a trajetória de dois irmãos deixados à beira da estrada como castigo de seus pais, que começam uma jornada de volta ao lar.

Serão exibidas também mostras de curtas-metragens de ficção, de animação e de documentário. Os filmes que disputam as mostras competitivas foram selecionados entre mais de 600 inscritos e vão disputar prêmios que totalizam R$ 635 mil, distribuídos nas cinco categorias.

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Para Vítor Ortiz, secretário executivo do Ministério da Cultura, os festivais de cinema do país são referências importantes para a população. Ele acrescentou que, no caso do Festival de Brasília, esse significado produz reflexos ainda maiores sobre a produção audiovisual do país.

"O Festival de Brasília não é apenas tradicional, mas tradicional e inovador, o que faz com que seja um dos mais importantes do Brasil, pela grande participação e repercussão que sempre alcança. É um espaço importante que dá visibilidade à produção audiovisual brasileira", avaliou

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Ortiz, que representou a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na abertura oficial do evento, na noite de ontem (17), acrescentou que hoje o país comemora a aprovação da Lei 12.485, sancionada no ano passado, apontada como uma conquista para a produção audiovisual. "A lei abriu o sistema de TV por assinatura, com a exigência de que tenha cota para o cinema nacional. Essa cota resultou no incremento do Fundo Setorial do Audiovisual, de quase R$ 1 bilhão [recursos de 2012 e 2013], o que representará grande transformação na produção audiovisual brasileira", disse.

Segundo ele, o incremento vai estimular tanto as produções para a televisão quanto para o cinema. "A abertura desse mercado significa o fortalecimento das produtoras que trabalham com TV, cinema e outras formas de audiovisual".

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