A história do rock em Brasília

Com imagens inéditas e raríssimas, o filme Rock Brasília - Era de Ouro só poderia ser feito pelo cineasta Vladimir Carvalho



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É uma história que só poderia ser contada pelo cineasta Vladimir Carvalho. Não apenas porque ele tinha guardado em seu arquivo imagens inéditas e raríssimas do fatídico show da Legião Urbana, no extinto Estádio Mané Garrincha. Mas por esse paraibano de nascimento ter uma ligação quase que umbilical com a capital brasileira. Afinal, lá vão mais de 40 anos de convivência. Convivência essa que perpassa seu cinema feito de memória e consciência social, como mostra os projetos Conterrâneos Velhos de Guerra (1991) e Barra 68 (2000).

Aliás, esses dois projetos, juntamente com o recente Rock Brasília – Era de Ouro, em cartaz em cinco praças, entre elas Brasília, o diretor fecha uma trilogia sobre a cidade que adotou como lar e cenário de trabalho. "E tinha que ser pelo viés cultural", gosta de salientar Vladimir, sempre que toca no assunto.

Exibido na abertura da 44ª edição do Festival de Brasília, em setembro, o filme emocionou a plateia e tem tudo para arrebatar pessoas no país inteiro porque são muitos os fãs do rock brasileiro e, sobretudo, uma legião de admiradores do carismático Renato Russo, o eixo central da fita que fala sobre o surgimento do rock no coração do Brasil.

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Muito do que está ali na película e agora em cópia digital é conhecido de boa parte dos espectadores por estar registrado em inúmeros livros sobre o tema, entre eles, o belíssimo Renato Russo – O Filho da Revolução, do jornalista Carlos Marcelo. Mas o grande mérito de Rock Brasília são os registros visuais dessa história. Além de imagens inéditas do dramático show no Mané Garrincha, em 1988, Vladimir nos presenteia com registros raros dos integrantes das três bandas retratadas no filme. São elas a Legião Urbana, o Capital Inicial e a Plebe Rude.

Nesse álbum de família sentimental em fotogramas há muitas passagens emocionantes e divertidas. Algumas reveladoras, como o depoimento de Dinho Ouro-Preto, que confessa que a morte de Renato Russo promoveu a volta do Capital Inicial. Acompanhado de Phillipe Seabra, ele vai até a pequena cidade de Patos de Minas e percorre o primeiro show da Plebe Rude e da Legião Urbana, longe das fronteiras da capital.

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Algumas coisas mínimas me incomodam em Rock Brasília. Uma delas são as pequenas partes ficcionais da fita, completamente desnecessárias e que não têm nada a ver com o estilo romântico, quase barroco do documentarista Vladimir Carvalho. Um estilo, aliás, que adoro, que me emociona. De modo que essa interferência narrativa parece ser uma imposição da produção. Não sei, só achei estranho.

O outro detalhe é o desfecho emotivo com o depoimento de Briquet de Lemos, falando sobre a carreira dos filhos Fê e Flávio Lemos, os fundadores do Capital Inicial. Mas nada que comprometa a fita.

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Enfim, Vladimir Carvalho não tem alma roqueira. É um artista eclético no que diz respeito à música. Em sua jukebox afetiva rola de tudo, desde Elvis Presley aos nomes mais sofisticado do jazz, passando por Roberto Carlos e o bom baião do mestre Luiz Gonzaga. Mas é um diretor que sabe contar uma história. E com o coração generoso que tem, emocionar pessoas, como nesse testamento audiovisual do rock candango.

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