Wajngarten mentiu à CPI ao dizer que governo não veiculou campanha negacionista em canal oficial
Ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten mentiu em seu depoimento à CPI da Covid ao afirmar que a campanha “O Brasil não pode parar” não foi veiculada nas páginas oficiais do governo Bolsonaro. Perfil operado pela Secom no Instagram, porém, divulgou o material em março do ano passado
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247 - O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten mentiu em seu depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (12), ao afirmar que a campanha publicitária “O Brasil não pode parar” não foi veiculada nas páginas oficiais do governo. Em março do ano passado, o perfil Governo do Brasil, no Instagram, postou uma foto da campanha e um texto estimulando o chamado “isolamento vertical”, onde os idosos e integrantes de grupos de risco devem permanecer em casa para evitar a Covid-19. O perfil é gerenciado Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
De acordo com reportagem do G1, a campanha foi excluída do perfil após ser repercutida negativamente. Na ocasião, uma juíza do Rio de Janeiro proibiu a veiculação da peça publicitária. Ao ser questionando sobre o assunto pela CPI, Wajngarten afirmou inicialmente não se lembrar se o material havia sido elaborado pela Secom. Em uma live com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) realizada no dia 12 de março de 2020, porém, o ex-secretário disse que, apesar de estar com Covid-19 e em isolamento, estava trabalhando de forma “normal”, inclusive aprovando campanhas. Confrontado pela informação, ele recuou e disse se recordar que “de fato, as peças foram concebidas. De fato, as peças estavam em fase de avaliação ".
Ainda segundo Wajngarten, a campanha não havia sido autorizada e foi divulgada inadvertidamente pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, que na época estava lotado na Secretaria de Governo, pasta à qual a Secom era subordinada. “O ministro Ramos assumiu esse vazamento ou esse disparo acidental ainda numa fase de teste”, disse Wajngarten à CPI.
Durante a sessão, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a pedir a prisão do ex-secretário em função das repetidas contadas durante o depoimento. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido mas anunciou que iria enviar transcrição do depoimento ao Ministério Público Federal, para apurar se ele incorreu no crime de falso testemunho.
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