Vitamedic deu suporte para associação de médicos negacionistas defender tratamento precoce contra Covid, diz diretor da empresa
"A Vitamedic foi chamada para dar suporte ao grupo médicos pela vida e ela o fez", afirmou Jailton Batista, diretor-superintendente da farmacêutica, na CPI da Covid ao confirmar que ajudou a Associação de Médicos pela Vida no uso da ivermectina contra a Covid, mesmo não havendo comprovação científica
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247 - Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (11), Jailton Batista, diretor-superintendente da indústria farmacêutica Vitamedic, afirmou que a instituição deu suporte para a Associação de Médicos pela Vida, entidade negacionista da pandemia. A ideia seria dar suporte aos médicos no uso da ivermectina, medicamento sem comprovação científica para o tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19.
"Nenhum representante teve reunião com o Ministério da Saúde, gabinete paralelo, ou qualquer outra autoridade para tratar deste assunto. Desconheço.
A Vitamedic foi chamada para dar suporte ao grupo médicos pela vida e ela o fez", afirmou o dirigente na comissão. "Foi a publicação de um manifesto da associação que a empresa assumiu o custo da veiculação. Pediu o patrocínio e a Vitamedic o fez", disse.
O depoente reconheceu que a Vitamedic pagou R$ 717 mil pela publicação em jornais de um anúncio da Associação Médicos pela Vida favorável ao tratamento precoce com remédios sem eficácia contra a Covid-19. Ele disse, no entanto, que o anúncio não era referente apenas à ivermectina.
O dirigente também se esquivou de comentar acerca das consequências para a população das falas de Jair Bolsonaro, que defendeu em várias ocasiões medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid. "Não temos como medir o impacto da fala do presidente sobre nosso produto", afirmou o depoente.
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), questionou o dirigente: " conhece algum outro presidente nos últimos 40 anos que tenha defendido medicamentos com ou sem eficácia comprovada?". "Não. Somos fabricantes, recebemos demanda para produzir mais", respondeu Batista.
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