Visando as eleições de 2022, senadores querem convocar adversários para depor na CPI

Ao menos seis parlamentares que integram a CPI da Covid e pretendem disputar o pleito em seus respectivos Estados devem convocar adversários políticos para depor no colegiado. Objetivo é desgastar os rivais nas disputas regionais visando ganhos eleitorais em 2022

(Foto: ABr | Jefferson Rudy/Agência Senado)


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247 - As disputas regionais visando as eleições do próximo ano elevou o temor de que senadores que são pré-candidatos aos governos estaduais utilizem o colegiado para desgastar adversários. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, ao menos seis parlamentares pretendem disputar o pleito em seus respectivos Estados. Um deles, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) já apresentou requerimento visando a convocação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PSB). 

A estratégia foi exposta nesta quinta-feira (29) pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Não vamos transformar essa CPI em uma batalha eleitoral, política. Se alguns dos senhores têm problemas a ajustar nos Estados, precisam ter fato determinado para isso”,  disse o parlamentar. 

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Girão justificou o requerimento de convocação do adversário político afirmando que a gestão do ex-prefeito de Fortaleza foi alvo de uma operação da Polícia Federal pela suspeita de irregularidades na aquisição de equipamentos e insumos hospitalares que seriam utilizados no tratamento de pacientes com Covid-19. Além de Roberto Cláudio, Girão também pretende convocara ex-secretária de Saúde de Fortaleza e o chefe da pasta no governo de Camilo Santana (PT). 

Já o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), que já se lançou como pré-candidato ao governo do Piauí, deverá atuar para desgastar o governo de Wellington Dias (PT). O governador lidera o Consórcio Nordeste e é crítico à atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.  

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Ainda segundo a reportagem, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo, deseja convocar os governadores de São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas. Ele, porém, não realizou nenhum pedido dirigido as autoridades de Rondônia, que tem o coronel Marcos Rocha (PSL)à frente do governo estadual. Rocha e Marcos Rogério são considerados aliados de Jair Bolsonaro e tentam angariar o apoio do ex-capitão visando às eleições de 2022. 

Já o senador Jorginho Mello (PL), pré-candidato à disputa em Santa Catarina, deverá avançar sobre o governador Carlos Moisés (PSL) que se elegeu com o apoio de Bolsonaro mas acabou se afastando do ocupante do palácio do Planalto. Moisés já foi alvo de um processo de impeachment e acabou afastado provisoriamente do cargo.  

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Ciro Nogueira, Eduardo Girão,  Marcos Rogério e Jorginho Mello são aliados do Planalto e tentam blindar Jair Bolsonaro na CPI da Covid. Além destes, os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Randolfe Rodrigues também pretendem disputar as eleições para o governo de seus respectivos estados no próximo ano. 

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