Senadores desconfiam que fiscal tentou proteger alguém em depoimento na CPI
Fiscal do documento de compra da Covaxin, firmado entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, Regina Célia Oliveira refutou, na CPI da Covid, qualquer fato incomum na tratativa analisada por ela. Senadores desconfiam do depoimento
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O depoimento à CPI da Covid da servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira deixou a impressão em senadores de que ela tentou proteger alguém. A fiscal do contrato de compra da vacina indiana Covaxin se amparou na burocracia para justificar problemas identificados por parlamentares nas negociações, disse não ter visto nada de irregular no documento e jogou para o setor de importação a responsabilidade sobre eventuais inconsistências. A reportagem é do portal Correio Braziliense.
Regina Célia foi convocada por causa do depoimento do servidor Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Departamento de Logística do ministério. De acordo com Miranda, a servidora autorizou o prosseguimento da importação da Covaxin, passando por cima do setor no qual ele atua. A pasta fechou contrato, em 25 de fevereiro, com a Precisa Medicamentos, representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech, para a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante a R$ 1,6 bilhão.
Miranda relatou “pressões atípicas” por parte dos seus superiores para agilizar a importação da vacina, mas ele teria identificado irregularidades no invoice (fatura internacional) e pedido correções. Ao final, segundo enfatizou, o procedimento de importação seguiu sem sua autorização, mas com o aval de Regina Célia.
Um dos problemas listados por Miranda foi o pedido de pagamento antecipado, que foi corrigido, e a quantidade de imunizantes. Conforme contrato, deveriam ser entregues, num primeiro lote, quatro milhões de doses. A empresa previa, entretanto, segundo invoice, a entrega de três milhões. Outro ponto era o pagamento a uma terceira empresa que não constava no contrato, a Madison Biotech, com sede em Cingapura.
Aos senadores, Regina Célia afirmou que aprovou o prosseguimento da negociação apenas em relação à divergência do quantitativo. Segundo ela, a empresa informou que não conseguiria enviar os quatro milhões de doses por um problema de regulamentação, mas que enviaria um milhão de unidades no embarques seguintes. “Considerei razoável, porque, em outros contratos, nós aceitamos também. Até porque, a vacina não seria paga pelos quatro milhões, seria pago o que entregou”, disse.
Questionada pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), se não encontrou algo atípico no contrato, ela negou. “Não achei nada atípico no processo, no que me cabe. Em relação à minha função de fiscal para fiscalizar a execução do contrato, não teve nada atípico”, enfatizou.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247