Reverendo intermediador vai à CPI da Covid explicar negócios com vacina da AstraZeneca

Amilton Gomes de Paula foi quem abriu as portas da cúpula do governo Bolsonaro para o esquema envolvendo a venda de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. Ele depõe à CPI da Covid nesta terça com transmissão pela TV 247

Amilton Gomes de Paula
Amilton Gomes de Paula (Foto: Reprodução/Facebook/Senah)


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247 - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recebe nesta terça-feira (3) o reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como um “intermediador” entre o governo federal e a Davati, empresa, que ofertava vacinas da AstraZeneca sem garantia de entrega. Ele é fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma empresa com fachada organização não governamental. A TV 247 transmite o depoimento.

Amilton Gomes de Paula é reverendo ligado à Igreja Batista e dirige há duas décadas uma entidade religiosa sediada em Taguatinga, bairro periférico de Brasília. No início deste ano, no entanto, ele decidiu se lançar num novo ramo de atuação: a venda de vacinas. “Reverendo Amilton”, como é conhecido, foi quem abriu as portas do Ministério da Saúde para a Davati fazer uma proposta bilionária para vendas do imunizante da AstraZeneca. 

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Uma troca de e-mails feita em março, revelada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, aponta que o reverendo recebeu autorização do então diretor do departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, para negociar 400 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca. O servidor foi demitido no dia 8 de julho.

O depoimento do reverendo estava agendado para o dia 14 de julho, mas foi adiado após o presidente da Senah apresentar atestado informando a “impossibilidade de comparecer ao depoimento agendado” pelo colegiado por problemas renais, confirmado por perícia médica do Senado.

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O nome do reverendo apareceu pela primeira vez na CPI durante o depoimento de Luiz Paulo Dominghetti, que afirmou que teve reuniões agendadas no Ministério da Saúde por intermédio de Amilton. O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, reconheceu ter recebido Amilton para falar sobre uma oferta de doses de vacina contra a Covid-19.

Outros depoimentos

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Para quarta-feira (4), a expectativa era a de que o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, comparecesse na CPI. A Precisa foi a intermediária da intenção de compra das vacinas Covaxin, que tiveram problemas no contrato. Maximiano, porém, está na Índia e embarcou antes de ser notificado pela comissão. Quem irá depor será o ex-assessor do Ministério da Saúde coronel Marcelo Blanco.

Blanco era vinculado ao departamento de logística na gestão de Roberto Dias e é apontado como uma das pessoas que participou das reuniões de negociação com a Davati. O ex-assessor teria participado, inclusive, da reunião em que Dominguetti acusa Dias de ter cobrado propina pela aquisição das vacinas.

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Na quinta-feira (5), a previsão é que o empresário Airton Cascavel seja recebido pela CPI. De acordo com os senadores, documentos analisados demonstram que Airton teria uma participação maior dentro das negociações do ministério da Saúde. Airton foi assessor na gestão de Eduardo Pazuello, de junho de 2020 a março de 2021.

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